segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Egberto Gismonti - “Sol do Meio Dia”


Egberto Gismonti
“Sol do Meio Dia”
ECM Records
1978

Egberto Gismonti – 8-string guitar, kalimba, piano, wood flutes, voice, bottle.
Nana Vasconcelos – percussion, berimbau, tama, corpo, voice, bottle. (track 2, 3 e 5)
Ralph Towner – 12-string guitar, bottle. (track 1 e 5)
Collin Walcott – tabla, bottle.(track 2 e 5)
Jan Garbarek – soprano saxophone (track 5)

1 – Palácio de Pinturas (Construção da Aldeia)– 5:33
2 – Raga (Festa da Construção) – 8;48
3 – Kalimba (Lua Cheia) – 5:14
4 – Coração (Saudade) – 5:58
5 –
A – Café (Procissão do Espírito)
B – Sapain (Sol do Meio Dia)
C – Dança Solitária Nº.2 (Voz do Espírito)
D – Baião Malandro (Fogo na Mata / Mudança)
Tempo Total – 24:50

Após o sucesso do álbum “Dança das Cabeças”, que de certa forma revelou ao universo musical a genialidade de Egberto Gismonti, seguiu-se um trabalho que irá cruzar as raízes bem brasileiras do músico com correntes jazzísticas que se revelaram num verdadeiro encantamento e referimo-nos a essa viagem musical que ocupa na íntegra o lado B do álbum “Sol do Meio-dia” e onde iremos encontrar logo no início Jan Garbarek nos saxofones, Ralph Towner na guitarra ao lado de Egberto Gismonti, no tema Café, evoluindo posteriormente a música para outras paragens e culturas, onde iremos reencontrar Nana Vasconcelos e Collin Walcott, dois músicos de eleição nos seus instrumentos, que infelizmente já partiram, mas que nos deixaram o testemunho da sua genialidade em diversas gravações.

Egberto Gismonti

Já no lado A deste álbum encontramos duetos, trios e solos maravilhosos. “Palácio das Pinturas” oferece-nos um dueto entre as guitarras de Egberto Gismonti e Rakph Towner, seguindo-se um trio em que descobrimos Egberto Gismonti, Nana Vasconcelos e Collin Walcott, na sua famosa tabla, sendo este diálogo pontuado pela percussão de Nana Vasconcelos, para entrarmos depois nas raízes mais profundas da Amazónia num dueto entre Gismonti e Vasconcelos, onde não faltam a kalimba, a flauta e o berimbau, encerrando-se este ciclo com as belas sonoridades do piano, tocado por Egberto Gismonti.


A música deste álbum é dedicada por Egberto Gismonti aos índios Sapain e Xingu, cujos ensinamentos se revelaram de enorme importância para o músico brasileiro, durante o período que passou com eles no interior da Selva Amazónia, segundo nos confessa o músico e compositor num belo texto, inserido no álbum “Sol do Meio Dia”, que se revela um dos mais belos de toda a discografia de Egberto Gismonti.

Gravado em Novembro de 1977 no Talent Studio, Oslo, por Jan Erik Kongshaug. Fotografias de Egberto Gismonti. Layout de Barbara Wojirsch. Produção de Manfred Eicher. Todos os temas são da autoria de Egberto Gismont

Rui Luís Lima

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