segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Gentle Giant - "Three Friends"


Gentle Giant
"Three Friends"
Vertigo
1972

Derek Shulman - vocals
Philip Shulman - saxophone, vocals.
Ray Shulman - bass, violin, 12-string guitar, vocals.
Gary Green - guitar, percussion
Kerry Minnear - keyboards, vibraphone, synthesizer, percussion, vocals.
Malcolm Mortimer - drums.

Esta banda de rock progressivo deixou-nos uma extensa e bela discografia, repleta de álbuns incontornáveis, mas se perguntarem a muitos dos seus fans qual o álbum que poderemos classificar como a obra-prima dos Gentle Giant, a resposta de muitos será certamente este sublime “Three Friends”!

Rui Luís Lima

Gentle Giants
"Three Friends"

Frank O'Hara - "Vinte e Cinco Poemas à Hora de Almoço"


Frank O'Hara
"Vinte e Cinco Poemas à Hora de Almoço"
Colecção: Documenta Poética nº.27
Páginas: 120
Assírio e Alvim

Conheci a poesia de Frank O'Hara numa antologia organizada por Manuel de Seabra sobre os novos poetas americanos e a sua poesia. O livro editado pela "Futura" em 1973 ainda me acompanha nos dias de hoje, e o poema de Frank O’Hara intitulado "A Industria Cinematográfica em Crise", surgiu como se alguém me tivesse dado um soco no estômago, fiquei simplesmente sem respiração e nunca mais me esqueci dele e de todos os poetas americanos da sua geração e consequentemente da Literatura Beatnick.

Em boa hora a editora Assírio e Alvim editou uma colectânea de Poemas de Frank O’Hara e de novo foi possível, de forma mais ampla, mergulhar na maravilhosa poesia deste autor que é urgente descobrir.

Depois, ao saber como a vida está apenas presa por um ligeiro fio, fraco e frágil, decidi contemplar as ondas do mar com o meu olhar no silêncio dos dias e muitas vezes descobri marcas de pés na areia húmida da praia e inevitavelmente pensei que o Frank tinha estado nesse dia naquele lugar, esse lugar que ele pisou pela última vez e cuja beleza não o deixou ver a viatura que o iria levar do nosso convívio, mas os poetas – sejam aprendizes ou consagrados – nunca esquecerão este homem, cuja poesia nascia dos temas mais simples e das pessoas anónimas que com ele se cruzavam nas ruas de Nova Iorque, enquanto ele seguia para o seu local de trabalho no Moma.

Frank O'Hara
(1926 - 1966)

Nascia assim o seu convívio com a pintura e os seus artistas, Jasper Johns, De Konning, Rauchenberg, entre outros, já na poesia encontrou em Kenneth Koch e John Ashbery a amizade (ambos já publicados entre nós), mas nunca constituíram um grupo homogéneo como os Beat de S. Francisco, devido talvez à sua singularidade, embora todos eles fossem beber a poesia a Walt Whitman – o Pai de toda a Moderna Poesia Norte-Americana e também Mestre de Álvaro de Campos, recordam-se da sua “Saudação a Walt Whitman”? .

O cinema, o teatro e a pintura acabaram também por surgir como matéria-prima para os seus poemas, assim como o jazz. Ler hoje Frank O'Hara é um daqueles prazeres que nos enche a alma de alegria, já que por vezes a vida insiste em nos oferecer a amargura e a tristeza. Beber a sua poesia através deste livro de poemas nas noites frias de Inverno, ou numa outra estação mais quente saborear a frescura das suas palavras, numa esplanada de uma praia no final do dia, revela-se na verdade um daqueles prazeres que nos enche a alma e nos leva a acreditar no universo poético deste magnifico livro de Frank O’Hara intitulado “Vinte e Cinco Poemas à Hora do Almoço”.

Rui Luís Lima

Alfred Hitchcock - “The Pleasure Garden”


Alfred Hitchcock
“The Pleasure Garden”
(Grã-Bretanha – 1925) – (75 min. - P/B - Mudo)
Virginia Valli, Carmelita Geraghty, Miles Mander, Hugh Fielding.

Alfred Hitchcock não possuía grande amor pela primeira película que realizou, intitulada “The Pleasure Garden”, em 1925, rodado não em Inglaterra mas sim na Alemanha e com umas sequências em Itália e, para quem como Hitchcock que não apreciava nada ter de sair da sua ilha, percebe-se que lhe deve ter sido difícil, embora já contasse com a colaboração de Alma Reville (a futura Mrs. Hitchcock), por outro lado o produtor Michael Balcon ofereceu-lhe duas grandes estrelas da época: Virginia Valli e Carmelita Geraghty.


“The Pleasure Garden” possui, logo a abrir, uma genial sequência com as bailarinas a descer as escadas rumo ao palco desse belo cabaret intitulado “The Pleasure Garden” e aqui iremos assistir não só aos ávidos olhares masculinos para as belezas que se encontram em palco, como iremos descobrir a transgressão (e recordo que estamos em 1925), quando descobrimos que uma dessas belas jovens afinal é um homem!


Iremos assim conhecer Patsy Brand (Virginia Valli) e Jill Cheyne (Carmelita Garaghty), a primeira a trabalhar no Club e a segunda em busca de uma oportunidade no palco, embora nunca tenha actuado, conseguindo os seus intentos e travando de imediato amizade com Patsy que a irá acolher no quarto onde vive. E aqui iremos ter uma sequência de antologia enquanto as duas raparigas conversam à medida que se vão despindo, revelando desde já Alfred Hitchcock o seu célebre olhar, pronto a jogar com os códigos cinematográficos.


Embora não tenha a densidade dessa obra-prima que é “The Lodger”, possuidor de todos os elementos que irão constituir e definir o cinema de Alfred Hitchcock, esta sua chegada à cadeira de realizador bem merece ser (re)descoberta, já que a cópia que visionámos é de boa qualidade e o Mestre do Suspense merece que se conheça o seu período mudo.


Mais uma vez em “The Pleasure Garden” iremos acompanhar o destino e as opções de vida de duas mulheres, inicialmente amigas, que optam por caminhos bem diferentes, nesse território dos sentimentos onde o amor irá falar mais alto num caso e o dinheiro noutro, duas opções que continuam a ter os seus fiéis seguidores!

Rui Luís Lima

"Tintin no País dos Sovietes" / "Tintin au pays des sovietes" - Hergé


Tintin
"Tintin no País dos Sovietes" / "Tintin au pays des sovietes"
Arte: Hergé
Argumento: Hergé
Páginas: 137
Álbum: Verbo

“Tintin no País dos Sovietes” é a primeira aventura de Tintin (repórter do «Petit Vingtième»), criada por Hergé, em 1929, publicada a preto e branco e que só muito recentemente foi colorida. Recorde-se que esta foi a última aventura de Tintin a ser publicada na Revista Tintin (portuguesa), tendo ficado incompleta, devido à publicação da Revista Tintin ter sido interrompida pela casa editora (Bertrand) e só posteriormente iria ser lançada em álbum em Portugal.

Hergé
(Georges Prosper Remi)
(1907 - 1983)

Assim começava esta aventura de Tintin escrita e desenhada por esse Mago chamado Hergé: “O «Petit Vingtième» sempre desejoso de satisfazer os seus leitores e de os manter ao corrente do que se passa no estrangeiro, acaba de enviar à Rússia Soviética um dos seus melhores repórteres: TINTIN! São as suas múltiplas peripécias que desfilarão sob o vosso olhar cada semana.

Tintin - Álbum a cores!
A primeira aventura de Tintin

N.B. A Direcção do «Petit Vingtème» garante que todas as fotografias são rigorosamente autênticas, tendo sido tiradas pelo próprio Tintin, ajudado pelo seu simpático cão Milu!”

Assim nascia um dos mais célebres heróis da história da 9º Arte e um personagem incontornável da banda desenhada para inúmeras gerações!

Rui Luís Lima

Edgar Degas - "Les Repasseuses"


Edgar Degas
"Les Repasseuses"
Óleo sobre tela
76 x 81,4 cm.
Ano: 1884
Musée D'Orsay, Paris.

Rena Rama - “Landscapes”


Rena Rama
“Landscapes”
JAPO 60020
JAPO Records
1977

Lennart Aberg – soprano saxophone, percussion.
Bobo Stenson – piano, percussion.
Palle Danielsson – bass.
Leroy Lowe – drums, percussion.

1 – Enok (Bobo Stenson) – 12:28
2 – Rumanian Folk Song (Palle Danielsson) – 8:03
3 – Circle Dance (Palle Danielsson) – 9:38
4 – Pá Campagnan II (Lennart Aberg)– 7:24
5 – Royal Song From Dahoney (Lennart Aberg) – 5:27

Rena Rama

Esta banda de jazz sueca, onde se destacam os nomes de Bobo Stenson e Palle Danielsson, por tudo aquilo que viriam a fazer ao longo dos anos, praticava um jazz que conquistava de imediato o amador de jazz e ao longo de uma década gravaram sete álbuns de originais, sendo o último na companhia da percussionista Marilyn Mazur habitual colaboradora de Jan Garbarek.

“Landscapes” foi gravado em Junho de 1977 no Talent Studio, Oslo, por Jan Erik Kongshaug. Cover Design de Ulla Loof. Layout de Dieter Bonhorst. Produção de Thomas Stowsand.

Rui Luís Lima

David Hemmings - The «Blow-Up» Photographer!


David Hemmings - The «Blow-Up» Photographer!

Muitas vezes, ao vermos um filme, terminamos por recordar a carreira dos actores que descobrimos no écran, mas no caso de David Hemmings sucedeu-me quando escutei o álbum “Journey to the Center of the Earth” de Rick Wakeman, cuja narração é feita precisamente por David Hemmings, nessa época de ouro do Rock Progressivo.


Mas se me falarem do meu filme favorito com este actor, ele é “Blow-Up – História de um Fotógrafo” / “Blow-Up”, realizado por Michelangelo Antonioni. A acção da película, como alguns devem estar recordados, passa-se na “Swinging London” da década de sessenta, séc. xx, e ao longo do filme iremos seguir Thomas (David Hemmings) até chegar a esse momento fulcral em que o acompanhamos num dos seus passeios por um Parque Londrino, onde as fotografias que tira irão revelar um assassinato, que ficará perdido na memória do tempo, após o desaparecimento do corpo, assim como do roubo do rolo de negativos, depois do seu encontro com a bela e inesquecível Jane (Vanessa Redgrave).


David Hemmings, que durante a infância tinha sido intérprete lírico de obras de Benjamin Britten, nunca escondeu a sua paixão pelo cinema, tendo até passado para detrás da câmara, realizando a película “Just a Gigolo” com um trio de actores de luxo constituído por David Bowie, Marlene Dietrich e Kim Novak, nascendo um desses “cult-movies” que bem merece ser (re)descoberto.


Actor em mais de cem filmes e séries, alguns com realização sua, David Hemmings, cujas últimas aparições no grande écran foram em personagens secundárias, em filmes como “Gladiador”, “Gangs de Nova Iorque”, “Liga de Cavaleiros Extraordinários” e “Jogo de Espiões”, será sempre recordado por “Blow-Up”, e a imagem dele a devolver a bola imaginária ao grupo de “mods”, que jogavam um estranho jogo de ténis, no final da película realizada por Antonioni, permanece bem viva na memória de todos os cinéfilos!

Rui Luís Lima

domingo, 3 de novembro de 2024

Carly Simon - Discografia!


Carly Simon é um dos maiores nomes da Música Popular, ela é uma maravilhosa songwriter, mas também uma excelente compositora, A sua música, os seus poemas e a sua voz inconfundível, visitaram todos os géneros de forma sempre brilhante. Aqui fica a sua Discografia que gosto de escutar na passagem das horas!

Carly Simon

Discografia:

Another Passenger
Anticipation
Boys in The Trees
Carly Simon
Christmas is Almost Here
Come Upstairs
Coming Around Again
Film Noir
Greatest Hits - Live
Have You Seen Me Lately?
Hello Big Man
Hotcakes
Letters Never Send
Moonlight Serenade
My Romance
No Secrets
Piglet's Big Movie - Soundtrack
Playing Possum
Songs From The Trees
Spoiled Girl
Spy
The Bedroom Tapes
The Best of Carly Simon
This is My Life - Music From The Motion Picture
Torch

Carly Simon
"Why"

"Elia Kazan - As Folhas da Cinemateca" - Vários Autores


"Elia Kazan - As Folhas da Cinemateca"

Textos de:
João Bénard da Costa,
Manuel Cintra Ferreira.
Luís Miguel Oliveira,
Joana Ascenção
Páginas:110
Cinemateca Portuguesa

Quando visitamos a obra e a vida de Elia Kazan é inevitável depararmos com um triângulo constituído pelo Cineasta, o Escritor e o Homem. Amado por uns, contestado por outros, como vimos numa das cerimónias dos Oscars de Hollywood, o seu cinema também fala por si, embora ele nunca consiga apagar o seu comportamento perante a comissão, de triste memória, que investigava as actividade anti-americanas no cinema, chefiada pelo tenebroso Senador McCarthy (*).


Este livro que a Cinemateca Portuguesa lhe dedicou reúne as célebres folhas da Cinemateca, para além de uma biografia. Os textos das famosas "folhas da cinemateca" são assinados por João Bénard da Costa (9), Manuel Cintra Ferreira (8), Luís Miguel Oliveira (3) e Joana Ascençao (1).

Elia Kazan
(1909 - 2003)

(*) - Aquando da estreia em Portugal do Filme "The Last Tycoon", o crítico Manuel Cintra Ferreira, publicou um excelente texto sobre o cineasta, na revista de cinema "Isto é Cinema", dirigida por Lauro António.

Rui Luís Lima

Revista Perspectiva nº.1

Jean-Pierre Léaud - (1944)


Jean-Pierre Léaud
Aniversário: 28 de Maio
Fotograma: "Beijos Roubados" / "Baisers Voulés"
Filme de Estreia: "O Cavaleio da Torre" / "la Tour, prends garde!"
Filme Favorito: "Os Quatrocentos Golpes" / "Les quatre cent coups"

Gaston Lagaffe - "Os Arquivos de Lagaffe" - André Franquin


Gaston Lagaffe
"Os Arquivos de Lagaffe"
Arte: André Franquin
Argumento: André Franquin
Colecção: Gaston nº.1
Páginas: 48
Asa/Público

Em 1957, mais precisamente no número 985 da revista Spirou, nascia Gaston Lagaffe, através do traço e da escrita genial de André Franquin, essa personagem que na redacção da Revista Spirou espalha o pânico com as suas gaffes, deixando à beira de um ataque de nervos o seu amigo Fantasio e parte o coração da bela Mademoiselle Jeanne que, apaixonadamente, compreende o seu comportamento.

Gaston Lagaffe

Numa ida a Paris descobrimos na Biblioteca do Centro Pompidou em Paris uma bela exposição dedicada a Gaston Lagaffe e ao seu criador, revelando-se uma perfeita maravilha em termos de memórias para diversas gerações, já que o nível etário presente, aquando da nossa passagem, era diversificado, embora fossem os mais velhos a divertirem-se imenso com as imagens que iam descobrindo, certamente repletas de belas memórias de uma infância passada, até mesmo no local de consulta das diversas publicações onde Gaston Lagaffe surgiu, eram os mais velhos que se deliciavam com a leitura e as diatribes deste célebre e incontornável personagem da banda desenhada franco-belga.

Paula Nunes Lima

Man Ray - "Self-Portrait"


Man Ray
"Self-Portrait"
Ano: 1930

Salas de Cinema - Cinema Tivoli!


Salas de Cinema - Cinema Tivoli!

O Cinema Tivoli será sempre uma referência nas minhas memórias cinéfilas devido a esse ano em que vi meia-dúzia de vezes a “Música no Coração” / “The Sound of Music”, que esteve um ano em exibição, mas voltemos atrás no tempo para descobrirmos que a ideia de construir o Cinema Tivoli nasceu desse homem da cultura chamado Lima Mayer, que com o seu amigo e arquitecto Raul Lino idealizaram este verdadeiro Templo do Cinema, que se irá tornar um dos locais de encontro da cinefilia dos anos 40/50, com as célebres sessões de cinema intituladas “Terças-Feiras Clássicas”, onde nomes da cultura como Jorge de Sena (*), José Augusto França e Vitorino Nemésio entre outros faziam a apresentação do filme.

"Música no Coração"
Robert Wise

Nesse ano em que se estreou “A Música no Coração”, lá fui com a minha avó à sessão da noite e ficámos no 2º balção, mas a confusão era de tal ordem, com a sessão esgotada e eu com seis anos, que quando entrámos na sala já estava a ser exibido um dos célebres documentários da Pathé e fiquei de imediato com os olhos fixos no écran a ver o Grande Prémio do Mónaco, com o Jim Clark a vencer a prova e um dos carros a cair à água ou seja antes da emoção do filme tive as emoções das corridas de Fórmula 1 de que fui fan e seguidor durante décadas, comprando os jornais “O Motor” e “O Volante” e enchendo as paredes do quarto com posters com os capacetes dos condutores, sendo a minha equipa favorita a Tyrrell do Jackie Stewart e François Cévert.

"A Biblia"
John Huston

Mas regressemos ao nimas para contar que cada vez que vinha um familiar à capital íamos ver “A Música no Coração” e nesses anos em que a idade ainda só tinha um digito, foram inúmeras as vezes em que fui ao Tivoli, sendo “A Biblia” / “The Bible” de John Huston uma referência em virtude de mais uma vez a lotação estar esgotada e os arrumadores não terem mãos a medir e embora fossemos para a plateia, quando nos sentámos já o filme tinha começado e muito aborrecido pelo sucedido prometi a mim mesmo não voltar a entrar numa sala de cinema depois do filme ter começado. Só anos mais tarde tive oportunidade de rever o filme de John Huston na íntegra.

"Os Sete Magníficos"
John Sturges

Quando vi no cinema Tivoli “Os Sete Magnificos” / “The Magnificent Seven” do John Sturges, um cineasta muito maltratado pela crítica, desconhecia que se tratava de um “remake” do célebre filme de Akira Kurosawa, “Os Sete Samurais” / “Shichinin no Ssamurai”, que muitos anos depois iria descobrir na Cinemateca.

"Amor Sem Barreiras"
Robert Wise/ Jerome Robbins / Leonard Bernstein

Já “West Side Story” / “Amor Sem Barreiras” de Robert Wise deixou-me profundamente fascinado pela música de Leonard Bernstein, um nome que já me era bem conhecido pela transmissão na televisão dos célebres concertos para jovens e que foi bem importante para a minha descoberta da denominada música erudita, ao mesmo tempo que Leonard Bernstein se tornava um dos meus compositores favoritos.

"American Gigolo"
Paul Schrader

E se foi no Tivoli que vi muitos filmes de forma tranquila, na adolescência, recordo-me também de duas sessões bem agitadas por razões bem diferentes. Se “American Gigolo” de Paul Schrader estava esgotado, com algumas figuras (masculinas e femininas) a exibirem-se na entrada da sala junto das bilheteiras e mais tarde no interior do cinema como se estivessem numa passagem de modas, para seu próprio prazer.

"The Wall"
Alan Parker

Já a conturbada estreia de “The Wall” de Alan Parker com a célebre banda sonora dos Pink Floyd, revelou-se a mais conturbada sessão de cinema da minha vida, na plateia onde me encontrava com alguns amigos, alguém atrás de nós fumava “ervas medicinais”, com o cheiro a invadir o espaço e até uma garrafa de whisky vazia vimos rodar pelo chão da plateia e o pior de tudo é que nenhum de nós gostou do filme do Alan Parker, preferíamos o álbum original dos Pink Floyd. Nos dias de hoje gosto mais ainda da versão ao vivo de “The Wall” pelos Pink Floyd.

"Amigos"
Lewis Gilbert

Quando as memórias são muitas e os filmes ainda mais é sempre difícil escolher uma dupla que se tenha revelado bem diferente e talvez por isso mesmo recupero o período ainda do liceu em que vimos dois filmes que adorámos e odiámos e da opinião das nossas companhias femininas nem se fala. A película “Friends” / “Amigos” de Lewis Gilbert com banda sonora de Elton John e uma história que assentava que nem uma luva aos sonhos de alguns de nós, nesses anos setenta, fez as nossas delícias de adolescentes.

"A História D'O"
Just Jaeckin

Já o “badalado” “A História D’O” /”Histoire D’O” de Just Jaecken, o cineasta dos filmes de “Emmanuelle”, deu origem a alguma discussão entre o grupo, no sentido de se descobrir de quem foi a ideia de se ir ver aquele filme, quando havia tanto filme bom em cartaz e no final ninguém se acusou do pecado! Quantos se recordam hoje desse filme ou do nome da sua actriz: Corinne Cléry!?

"Estrada de Fogo"
Walter Hill

Depois as salas conhecidas como os Templos do Cinema começaram a ter muito pouco público e o seu encerramento espreitava a todo o momento e foi assim que o último filme que vi no cinema Tivoli, como sala de cinema comercial, foi “A Estrada de Fogo” / “Streets of Fire”, já com o écran a apresentar um certo défice de qualidade. Por fim foi o encerramento e a respectiva travessia do deserto, até o Tivoli reabrir e se tornar a sala de espectáculos que todos conhecemos neste século XXI.

"O Leopardo"
Luchino Visconti

Quando Lisboa foi Capital Europeia da Cultura nesse ano de 1994 regressei ao Tivoli que tinha reaberto as portas para o Ciclo de Cinema “100 Dias 100 Filmes”, sendo o seu espaço um dos locais onde decorreu este famoso ciclo de cinema, que se iniciou com a exibição de “O Leopardo” / “Il Gattopardo” de Luchino Visconti , com uma cópia restaurada, em versão italiana e com película em cor “deluxe”, que nos oferecia cores mais quentes em contraste com a da versão americana que tinha visto, anos antes, no cinema Castil em “technicolor”.

"Ivan, o Terrível"
Serguei M. Eisenstein

Nesse ano assistimos a mais alguns dos filmes deste ciclo de cinema no Tivoli, mas quando nos ofereceram o “Ivan, o Terrível” de Sergei Eisenstein, dobrado para espanhol ou castelhano, se preferirem, não resistimos à dobragem para a língua dos nossos “hermanos” e viemos embora no final da primeira parte! Este filme realizado por Eisenstein irei vê-lo anos mais tarde na Cinemateca devidamente legendado, embora a primeira vez que o vi, foi na televisão no ano de 1974, quando o cinema se tinha libertado da tristemente famosa censura.

"Cinema Tivoli"

Nas minhas memórias imediatas, se me falarem no cinema Tivoli são as imagens de “The Sound of Music” / “Música no Coração”, que se projectam e ecoam na minha memória com a inesquecível voz da Julie Andrews!

Rui Luís Lima

sábado, 2 de novembro de 2024

Edgar Froese - "Aqua"


Edgar Froese
"Aqua"
Brain
1974

1 – Aqua – 16:58
2 – Panorphelia – 9:38
3 – Ngc 891 – 14:50
4 – Opland – 6:10

Em 1974 o denominado "krautrock" saía das fronteiras germânicas e invadia a Europa com o seu som e assim Edgar Froese, o líder incontestado, dos Tangerine Dream, iniciou em paralelo uma carreira a solo, sendo "Aqua" o seu álbum de estreia, cujo tema que oferece o título ao álbum surpreendeu o auditório.

Edgar Froese
(1944 - 2015)

Já a faixa “Ngc 891”, que abre o lado B do álbum conta com a participação de Chris Franke (outro membro dos Tangerine Dream) e possui a novidade, na época, de ter sido produzido num sistema revolucionário de som, pelo engenheiro Günter Brunschen, para ser escutado com os célebres “head-phones”, permitindo “viajar” através das sonoridades que se escutam no álbum!

Rui Luís Lima

Edgar Froese
"Aqua"

"João César Monteiro - As Folhas da Cinemateca" - Vários Autores


"João César Monteiro - As Folhas da Cinemateca"
Páginas: 112
Cinemateca Portuguesa

Textos de:
- João Bénard da Costa
- Manuel Cintra Ferreira
- Maria João Madeira
- Luís Miguel Oliveira

Estamos perante mais um volume da célebre colecção "As Folhas da Cinemateca" que reúne os textos distribuídos no início das sessões de cinema, segundo o lema da política dos autores ou seja os cineastas, desta feita dedicado a João César Monteiro (1939 - 2003), o "enfant terrible" do cinema português. A organização do volume esteve a cargo de Maria João Madeira.

Rui Luís Lima

Revista Plateia!


Plateia nº.1
Director: Baptista Rosa
2ªsérie
Preço: 3$00

Plateia nº1
Director: Luís Miranda
1ª série
1 de Abril de 1951

A revista "Plateia" teve uma longa vida terminando em 1986 depois de ter publicado 1031 números dando sempre grande destaque ao espectáculo, do cinema à música, passando pelo teatro e muito mais.
Por lá deixei umas "crónicas de cinema" e outros escritos.

Rui Luís Lima

Gene Tierney - (1920 - 1991)


Gene Tierney
Aniversário: 19 de Novembro
Fotograma: "Amar Foi a Minha Perdição" / "Leave Her To Heaven"
Filme de Estreia: "O Regresso de Frank James" / "The Return of Frank James"
Filme Favorito: "Laura"
Nomeada para 1 Oscar

“Iznogoud e o Computador Mágico” / “Iznogoud et L’ordinateur magique” - René Goscinny / Tabary


Iznogoud
“Iznogoud e o Computador Mágico” / “Iznogoud et L’ordinateur magique”
Argumento; René Goscinny
Arte: Tabary
Colecção: As aventuras do grão-vizir Iznogoud, nº.3
Páginas: 44
Asa

Este volume das aventuras do temível e desastrado Iznogoud, que queria ser Califa no lugar do Califa, possui as seguintes histórias:

- A Máquina Genial
- A Estrada Que Leva a Nenhures
- Dourador Amaldiçoado
- O Ceptro do Califa
- O Unguento Misterioso


Cada aventura deste inesquecível herói da banda desenhada, criado pelo genial René Goscinny ao qual Tabary ofereceu uns traços inesquecíveis, é composta por 8 pranchas, para além de diversas vinhetas que ficaram famosas. Ele é um dos meus heróis favoritos da banda desenhada e foi descoberto por mim nas páginas da revista “Jacto” de banda desenhada, nascida a 3 de Novembro de 1971 tendo sido editados 78 números de muito boa qualidade.

Rui Luís Lima