Luis Buñuel
“Um Cão Andaluz” / “Un Chien Andalou”
(França – 1929) - (18 min. – P/B – Mudo)
Pierre Batcheff, Simone Mareuil. Luis Buñuel, Salvador Dali.
Luís Buñuel e Salvador Dali andavam maravilhados com o Movimento Surrealista no Cinema, aliás Luis Buñuel encetara a sua actividade no meio cinematográfico como crítico de cinema, três anos antes, tendo até sido assistente de realização de Jean Epstein e um dia, ao chegar a casa de Salvador Dali, contou-lhe um sonho que tivera: uma nuvem a cortar a lua, como se fosse uma lâmina a cortar um olho e assim serão os primeiros planos de “Un Chien Andalou”, em que vemos primeiro Luis Buñuel a fumar na varanda olhando o céu.
Mas voltando um pouco atrás, Salvador Dali gostou da ideia e decidiram assim fazer um filme escrito por ambos, tendo por base os sonhos e só se estivessem de acordo ambos é que contariam o respectivo sonho, mal saberia Luis Buñuel que muitos anos depois iria ser traído e denunciado por Salavador Dali (mas isso é outra história, que fica para mais tarde). Assim nasce o filme, por onde navega já o célebre imaginário que viria a celebrizar a pintura de Dali, com as formigas e a mão cortada, assim como alguns planos do filme nos remetem também para a obra fotográfica de Man Ray. Recorde-se que aquando da estreia da película, “Um Chien Andalou” teve a “bênção” de André Breton.
O filme foi um sucesso e as posições extremaram-se, não havia meio-termo, mas o certo é que ele ficou na História do Cinema e até foi bem rentável para o cineasta espanhol. Em 1960 o filme foi sonorizado segundo as indicações de Luis Buñuel, que escolheu alguns tangos argentinos e excertos bem conhecidos da ópera “Tristão e Isolda” de Richard Wagner, sendo essa a cópia que visionei. “Un Chien Andalou” permanece como uma obra incontornável do Movimento Surrealista no interior da Sétima Arte.
Rui Luís Lima
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