“Symbiosis”
MPS Records
1974
Quando em meados dos anos setenta do sec. xx, alguns de nós começámos a frequentar a discoteca Dargil, na Avenida Cinco de Outubro para adquirir os famosos vinis da ECM Records, descobrimos por ali duas outras etiquetas de jazz de origem alemã: a Enja e a MPS Records. E se a primeira nos oferecia um jazz mais “complexo”, para os nosso gostos de então, já a MPS Records ía de encontro às nossas pretensões musicais, apresentando um catálogo próximo do da ECM Records, porque nele encontrávamos formações nascidas do encontro entre músicos europeus e norte-americanos, estes últimos a gravar bastante na Europa, tendo em conta a época bem conturbada que se vivia então na América.
Um dos álbuns que me despertou a atenção na época foi o trabalho de Bill Evans, “Symbiosis”, que recentemente descobri no YouTube e onde o célebre pianista surge em trio (Eddie Gomez no baixo e Marty Morell na bateria), mas acompanhado por uma orquestra, sendo os temas da autoria de Claes Ogerman, um compositor que anteriormente tinha trabalhado com nomes como Stan Getz e Frank Sinatra, mas também onze anos antes com o próprio Bill Evans quando este gravou o álbum “Bill Evans Trio With Symphony Orchestra” e onde o célebre pianista revisitava temas da música erudita de Bach, Chopin, Scriabin, Granados e Fauré.
“Symbiosis” oferece-nos Bill Evans tocando piano acústico e eléctrico, nunca deixando de transmitir toda a sua magia em solos inesquecíveis, que se enquadram de forma maravilhosa no interior dos dois movimentos, em cinco faixas, de que é composto este trabalho discográfico e onde poderemos encontrar um universo colorido de sons, incluindo os famosos ritmos cubanos, numa época em que eles ainda eram muito pouco divulgados no interior do universo musical.
Como disse anteriormente podem escutar no YouTube e no Spotify, este magnífico "Symbiosis" de Bill Evans, muito pouco conhecido, mas também o seu outro registo discográfico, em que revisita os clássicos da música erudita, simplesmente intitulado "Bill Evans Trio With Symphony Ochestra”.
Rui Luís Lima
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