segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Michael Wadleigh - “Cidade em Pânico” / “Wolfen”


Michael Wadleigh
“Cidade em Pânico” / “Wolfen”
(EUA – 1981) – (115 min. / Cor)
Albert Finney, Diane Venora, Edward James Olmos, Gregory Hines, Tom Noonan.

Ao olharmos “Wolfen” / “Cidade em Pânico”, segundo o célebre ângulo da "Política de Autores", obriga-nos a relembrar que Michael Wadleigh é o célebre realizador de "Woodstock", essa película que retratou uma época de uma forma exemplar, ao abrir as portas para um novo "género" de musical, o concerto e o seu registo, que contou na montagem com Martin Scorsese e Thelma Schoonmaker


As imagens iniciais de "Woodstock" com o tractor invadindo o verde da paisagem que inunda o horizonte são já fruto da visão ecológica do cineasta, a qual irá surgir notavelmente integrada no argumento de "Wolfen" / “Cidade em Pânico”, tendo em conta que a película estabelece o paralelo entre a extinção a que os lobos e os índios estão sujeitos, sendo esta "dualidade cultural" o fio condutor de toda a história.


Não nos esqueçamos que foram os índios que construíram a maioria dos arranha-céus nova-iorquinos, vendo a sua pradaria a ser invadida pelos monstros de betão.


Mas o que são os "Wolfen" pergunta o leitor. A resposta é dada na película através do velho índio, símbolo visionário duma ficção do real. "Wolfen" são seres inteligentes, fruto da junção índio/lobo, que lutam pela posse do seu território, de forma violenta, porque no seu mundo não há morte nem assassínio, apenas esse instinto de sobrevivência, tão caracteristicamente humano.


“Wolfen” / “Cidade em Pânico” de Michael Wadleigh oferece-nos um Albert Finney em toda a sua arte, ao levar até ao limite a personificação de Dewey Wilson, esse polícia suspenso devido ao excessivo consumo de álcool, revelando assim o actor que o célebre “método” também vive no seu ser. Um filme que merece ser (re)descoberto.

Rui Luís Lima

1 comentário:

  1. Michael Wadleigh - (1942)
    Classificação: 4 estrelas (****)
    Estreia em Portugal: 22 de Junho de 1984.
    Albert Finney oferec-nos uma intepretação fabulosa.

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