“O Caso Thomas Crown” / “The Thomas Crown Affair”
(EUA – 1999) – (113 min/Cor)
Pierce Brosnan, Rene Russo, Denis Leary, Ben Gazarra, Faye Dunaway.
A história do “remake” no interior do cinema já é longa e se desejar saber como tudo se tem passado no interior da Sétima Arte, pode ler aqui um texto anteriormente publicado. Se na maioria dos casos do confronto entre as duas películas, original e “remake”, a segunda sai quase sempre derrotada, neste caso concreto de “O Caso Thomas Crown” / “The Thomas Crown Affair”, ambas terminam por sair a ganhar, porque se no filme de Norman Jewinson temos o carismático Steve McQueen, muito bem acompanhado pela Faye Dunanway (que também irá surgir no “remake”, interpretando outra personagem), já a película de John McTiernan transmite-nos a habitual emoção e intriga dos filmes do cineasta, mas também o bom gosto e um argumento surpreendente nos oferece mais-valias que não são de se desperdiçar, caso da célebre encenação do roubo no Museu por Thomas Crown (Pierce Brosnan) e a sua legião de assistentes de chapéu de coco, saídos dos quadros de Magritte. Uma ideia simplesmente fabulosa.
Mas para além disto tudo temos também a excelente direcção de actores, apanágio do cineasta e um ritmo que nos convida a habitar uma certa sensualidade, onde o envolvimento entre a Perita da Companhia de Seguros, Catherine Banning (Rene Russo, cuja interpretação nos surpreende) e o multimilionário Thomas Crown (Pierce Brosnan), nos conduzem a terrenos bem movediços, onde o amor e a paixão disputam o seu jogo de xadrez com as emoções e a inteligência, a par desse eterno desafio: derrotar o adversário, no seu próprio terreno.
“O Caso Thomas Crown” de John McTiernan revela-se um dos mais brilhantes exercícios de um cineasta no interior desse território que é o “remake”, já considerado por alguns como um novo género cinematográfico.
Rui Luís Lima
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