F. W. Murnau
"Aurora" / "Sunrise"
(EUA – 1927) - (117 min. - P/B - Mudo)
George O’Brien, Janet Gaynor, Margareth Livingstone.
Quando F. W. Murnau chegou aos Estados Unidos, a convite da Fox, foi-lhe de imediato dada carta-branca para filmar e assim nasceria “Sunrise” / “Aurora”, uma das mais admiráveis histórias de amor do cinema. Estamos mais uma vez perante a história da célebre tentação, personificada aqui pela vamp (Margaret Livingstone), que tudo irá fazer para seduzir George O’Brien, esse fiel esposo que um dia decide assassinar a mulher angélica que vive com ele.
Mais uma vez F. W. Murnau usa o travelling e a luz como só ele sabia fazer. Mas ao chegar a esse momento capital em que a vida e a morte se confrontam o marido, enfeitiçado pela vamp, desiste do seu objectivo e mais uma vez será Deus, segundo a visão do cineasta alemão, que irá escrever o destino por portas e travessas, quando ele pensa que a mulher morreu.
A forma “celestial” como nos é oferecido o rosto de Janet Gaynor, essa esposa angélica, ao longo do filme é surpreendente, em contraste com o rosto da vamp e quando o cineasta parte do campo para essa cidade cheia de luz e movimento, retratada de forma sublime, percebemos como o destino daquele par será escrito pelo amor que nutrem um pelo outro.
“Aurora” / “Sunrise” recebeu, na época da sua estreia, o Óscar para a melhor produção de qualidade artística, o equivalente nos dias de hoje ao Óscar para Melhor Filme, na verdade uma das obras-primas do Cinema!
Rui Luís Lima
F. W. Murnau revisita o melodrama e respectiva luta pelo corpo amado numa película repleta de luz, que passados tantos anos continua a fascinar o cinéfilo, basta ver a forma como ele contrepõem a vida do campo à cidade para descobrirmos uma das mais belas histórias do cinema.
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