domingo, 5 de janeiro de 2025

Victor Fleming / David O'Selznick - "E Tudo o Vento Levou" / "Gone With the Wind"


Victor Fleming / David O'Selznick
"E Tudo o Vento Levou" / "Gone With the Wind"
(EUA - 1939) - (225 min. / Cor)
Clark Gable, Vivien Leigh, Leslie Howard, Olivia de Havilland.

Quando olhamos para este filme e procuramos o seu verdadeiro responsável, o nome que nos surge é o de David O’Selznick, esse produtor que tudo apostou na película, mas se pensarmos no realizador, embora seja o nome de Victor Fleming que encontramos mencionado, não nos poderemos esquecer que o primeiro cineasta a estar por detrás da câmara foi o grande George Cukor, que se deu muito mal com David O’Selznick, terminando por ser despedido. Sam Wood foi outro realizador bem conhecido que passou pela película, tal como o célebre William Cameron Menzies, que se encarregou dos soberbos cenários que vemos ao longo do filme.


Por aqui já se vê como foram atribuladas as filmagens de “E Tudo o Vento Levou” / “Gone With the Wind”, baseado no célebre romance de Margareth Mitchell, que fizera chorar a América e que fora comprado a peso de ouro por David O’Selznick. Um dado curioso é o de Francis Scott Fitzgerald ter sido um dos argumentistas a trabalhar na adaptação cinematográfica do célebre romance.


Durante as filmagens, todas as atenções em Hollywood se viraram para a feitura desta película, cujos gastos atingiram a soma de quatro milhões de dollars e que nos ofereceu uma das mais famosas heroínas da História do Cinema, a bela Scarlett O’Hara, interpretada por Vivien Leigh, mais conhecida na época por ser esposa de Laurence Olivier do que pelo seu enorme talento, que se irá revelar nesta película e no fabuloso filme de Elia Kazan, “Um Eléctrico Chamado Desejo” / “A Streetcar Named Desire”. Nunca é demais referir que Vivien Leigh durante os testes para encontrar a actriz perfeita para o papel, venceu Bette Davis e Katherine Hepburn, duas das mais temidas candidatas a interpretar a bela, caprichosa e destemida Scarlett O’Hara.


Estamos no Sul, esse território dominado pelos ricos fazendeiros, com as suas enormes plantações e onde a escravatura ainda era uma triste realidade. E em Tara, a famosa propriedade, iremos descobrir Scarlett O’Hara, que irá estar uma vida inteira perdidamente apaixonada pelo homem errado, ou melhor Ashley Wilkes (Leslie Howard), que nunca a tentará desenganar, apesar de ter casado com a sua prima Melanie (Olívia de Havilland). Furiosa com esta traição, Scarlett O’Hara decide também ela casar com o primeiro homem que encontra à mão, que irá rapidamente morrer na guerra civil que entretanto estala entre os Estados do Norte e os Estados do Sul dessa América de então na mais cruel Guerra Civil de que há memória no Novo Mundo, tornando-a numa bela viúva, que irá chamar a atenção do destemido Rhett Buttler (Clark Gable), ele que irá sempre olhar o conflito de forma bastante diferente das forças oponentes.


Tara, a famosa propriedade, será destruída pela guerra como veremos no filme, sendo uma das mais famosas sequências da película o incêndio da cidade de Atlanta e nesta memorável sequência os Estúdios aproveitaram para destruir e queimar os gigantescos cenários de “Intolerância” / “Intolerance” de David Wark Griffith, o filme que destrui a carreira do célebre criador da linguagem cinematográfica devido aos fracos resultados de bilheteira. Mas Scarlett O’ Hara irá com toda a sua força reconstruir a sua casa, descobrindo em Rhett Buttler (Clark Gable) o homem ideal para estar a seu lado, mas a sua cega paixão por Ashley Wilkes (Leslie Howard), após a morte da sua prima Melanie (Olivia de Havilland), será a gota de água que levará Rhett Buttler a partir finalmente de Tara, deixando para trás a mulher que se esqueceu de o amar, num dos momentos mais poderosos da película.


“Gone With the Wind” / “E Tudo o Vento Levou” foi premiado com uma chuva de Oscars e obteve na época resultados espantosos nas bilheteiras, transformando-se num dos filmes mais rentáveis de sempre da Sétima Arte. E quando revemos, mais uma vez, esta película percebemos que esta obra verdadeiramente monumental só foi possível graças à luta titânica desse produtor chamado David O’Selznick que, como todos sabemos, iria abrir as portas de Hollywood para a maravilhosa carreira americana de Alfred Hitchcock.

Rui Luís Lima

1 comentário:

  1. Victor Fleming - (1889 - 1949)
    Classificação: 5 estrelas (*****)
    Estreia em Portugal: 20 de Setembro de 1943.

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