William Faulkner
“Palmeiras Bravas” / “Wild Palms”
“Rio Velho” / “Old Man”
Páginas: 305
Publicações Dom Quixote
William Faulkner é um dos meus escritores preferidos e, como muitos da sua geração, também ele andou por Hollywood como argumentista. Um dia, cansado com o ambiente do Estúdio no edifício dos argumentistas (por onde passaram nomes como Hemingway e Fitzgerald, que “escreviam” bastante no bar em alegre cavaqueira e não só, que me seja perdoado este parêntesis, mas não resisti) disse ao seu “controlador” que ía para casa escrever o argumento, porque ali não tinha o ambiente que precisava.
O funcionário do Estúdio concordou de imediato porque, para ele, a casa de William Faulkner era o hotel onde o tinham hospedado, mas para o escritor era regressar ao seu amado Sul e assim fez. Alarmados pelo seu silêncio e ausência foram ao hotel em Hollywood à sua procura e, ao lá chegarem, perceberam finalmente o sentido das palavras de William Faulkner, que não se deu bem nas terras do cinema, nessa época dourada dos Grandes Estúdios.
William Faulkner
(1897 - 1962)
Depois desta história sobre William Faulkner e o cinema, vamos ao que interessa que é esta edição que reúne dois livros do escritor, tendo “Palmeiras Bravas” um belo prefácio de Jorge de Sena, que também fez a tradução. Já “Rio Velho” surge editado em conjunto com a obra citada anteriormente porque o editor Nelson de Matos decidiu estar próximo da primeira edição da obra preparada por William Faulkner, embora não tenha querido arriscar muito.
E dizemos isso porque William Faulkner intercalou os capítulos dos dois livros nessa mesma primeira edição, só surgindo separados nas edições posteriores e, anos mais tarde, “Old Man” viria a ser publicado de forma autónoma. Este conjunto de livros intitulado de “Palmeiras Bravas” e “Rio Velho”, num só volume, oferece-nos a genialidade de um dos maiores escritores do século XX. A tradução de “Rio Velho” foi feita por Ana Maria Chaves.
Rui Luís Lima
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