domingo, 2 de fevereiro de 2025

Jean Renoir - "A Grande Ilusão" / "La Grande Illusion"


Jean Renoir
"A Grande Ilusão" / "La Grande Illusion"
(França – 1937) – (109 min. - P/B)
Jean Gabin, Erich von Stroheim, Pierre Fresnay, Marcel Dalio, Dita Parlo.


Dois anos antes de realizar o célebre, “A Regra do Jogo”, Jean Renoir decidiu em 1937 oferecer-nos um olhar sobre a Primeira Guerra Mundial, através dessa obra-prima intitulada “A Grande Ilusão” / “La Grand Illusion”, que na época foi recebida com grande entusiasmo por uns e olhada de lado por outros, recorde-se que o filme foi proibido na Alemanha e mesmo quando surgiu no Festival de Veneza não lhe concederam o galardão máximo, sendo no entanto criado um prémio especial para o galardoar e nunca é demais referir que o filho de Mussolini era a entidade mais preponderante nos meios cinematográficos italianos, protegendo os cineastas e críticos de cinema de ideologias opostas à do seu pai, por outro lado o público francês não viu com muito bons olhos o retrato que o cineasta oferecia da convivência entre militares franceses e alemães, porque a memória da Primeira Guerra Mundial ainda estava bem presente, ao mesmo tempo que o regime nascido entretanto na Alemanha já trazia o mundo bastante atormentado.


Curiosamente, este filme sobre a guerra, constrói uma visão do conflito vista através do campo de concentração, ao mesmo tempo que nos oferece um olhar atento sobre a relação de classes.


O Tenente Maréchal (Jean Gabin), piloto da força aérea francesa que trabalha numa patrulha de reconhecimento, é chamado pelo seu superior hierárquico, capitão Boeldieu (Pierre Fresnay), para partir em missão sobre as linhas inimigas, porque as fotografias que este tinha obtido na sua anterior missão não eram suficientemente nítidas sobre os movimentos das tropas alemãs. Nunca é demais recordar que esta guerra foi acima de tudo uma guerra de trincheiras, onde milhares serviram de carne para canhão. E será durante essa missão nocturna que serão abatidos pelo aristocrático Capitão Von Rauffenstein (Erich von Stroheim), que os irá receber com toda a cordialidade, enviando-os depois para o respectivo campo de concentração, mas estes homens irão por diversas vezes tentar evadir-se do cativeiro.


Mal chegam à camarata, descobrem que os seus companheiros estão a escavar um túnel para encetarem a fuga. Iremos assim entrar na atmosfera do campo de concentração, para descobrirmos que eles até recebem encomendas de casa com comida, chegando por vezes a estarem mais bem alimentados que os seus próprios carcereiros. Mas perante as suas diversas tentativas de fuga, sempre sem sucesso, são enviados para uma fortaleza comandada por Von Rauffenstein, que entretanto vira o seu avião abatido em combate e passara a ser o responsável por essa prisão de alta segurança, o único contributo possível que ele ainda poderia dar ao seu país, depois de gravemente ferido, como ele afirma no filme ao encontrar-se com Maréchal e Boeldieu, tratando-os sempre com a maior cordialidade, especialmente Boeldieu que ele considera um aliado de classe.


Como sempre, o desejo de fuga permanece vivo e quando Maréchal e Boeldieu voltam a encontrar o Capitão Rosenthal (Marcel Dalio), decidem preparar uma nova evasão, mas daquela fortaleza é quase impossível fugir e será Boeldieu (Pierre Fresnay) a arquitectar um novo plano oferecendo-se como mártir, para os seus dois companheiros de cárcere encetarem com sucesso a fuga. Temos assim esse acto heróico de um aristocrata que irá morrer às mão de outro aristocrata, porque será precisamente o Capitão Von Rauffenstein a disparar a bala fatal que irá ferir mortalmente o oficial francês que, ao despertar as atenções sobre si de toda a guarnição alemã, irá possibilitar a fuga de Maréchal e Rosenthal (que por sinal até é judeu), o qual durante a fuga nocturna pelos campos rumo à fronteira Suíça irá torcer um tornozelo o que lhe irá impossibilitar caminhar, surgindo então um diálogo entre os dois homens que alguns viram como anti-semita.


Maréchal decide então abandonar o seu companheiro de fuga à sua sorte, para não perder mais tempo, mas acabará por regressar ao lugar onde ele se encontra, para o ajudar e mais tarde se refugiarem numa casa habitada por uma camponesa alemã (Dita Parlo) que, em vez de os denunciar, os irá ajudar porque para ela a guerra não faz qualquer sentido, já que o marido fora morto na frente de combate e ela só deseja o final do conflito.


Durante a estadia na quinta, Elsa (Dita Parlo) e Maréchal (Jean Gabin) percebem que aquilo que os une é muito mais forte (o amor) do que o que os separa (a guerra), mas tanto ele como Rosenthal têm um destino, o de atingir a Suíça, país neutral, para depois seguirem para França para retomarem o combate e terminarem com aquela guerra exterminando de vez todos os conflitos, porque aquela será na sua opinião decididamente a última guerra, uma grande ilusão que a história irá comprovar em 1939, mas aqueles homens em 1917 ainda não sabiam infelizmente o futuro que lhes estava reservado.


Jean Renoir, com “A Grande Ilusão”, oferece-nos um olhar sobre um conflito onde ainda existiam cavalheiros e honras de conduta mas, como todos sabemos, a célebre Linha Maginot criada pelos franceses durante o período que decorreu entre os dois conflitos de nada irá servir, já que a poderosa máquina de guerra alemã irá atravessar as Ardenas e invadir a França pela Bélgica, numa Segunda Guerra Mundial, em que já não havia lugar para Convenções de Genebra.


Rever “A Grande Ilusão” / La Grand Illusion” de Jean Renoir, passados mais de oitenta anos sobre a sua feitura, é na verdade uma maravilhosa aventura cinematográfica, onde o desejo de sobrevivência anda de mãos dadas com os sentimentos e as ideologias.

Rui Luís Lima

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Brian Eno - "The Shutov Assembly"


Brian Eno
"The Shutov Assembly"
Opal Records
1992

A música ambiental de Brian Eno possui em “The Shutov Assembly” um dos seus pilares para futuros desenvolvimentos musicais. Este álbum inclui o tema "Ikebukuro" que se filia nessa zona denominada pelo compositor de "Thinking Music". Na página do compositor no YouTube está disponível este trabalho discográfico com novos temas até então inéditos numa nova edição, que se recomenda.

Rui Luís Lima

Brian Eno
"Triennale"

Cameron Crowe - “Jerry Maguire”


Cameron Crowe
“Jerry Maguire”
(EUA – 1996) – (138 min. / Cor)
Tom Cruise, Renée Zellweger, Cuba Gooding Jr.
Kelly Preston, Bonnie Hunt, Jay Mohr.

“Jerry Maguire” permanece como o melhor filme até hoje realizado por Cameron Crowe, esse menino-prodígio que se iniciou na escrita aos 15 anos escrevendo artigos para a “Rolling Stone”, partindo depois para a escrita de diversos argumentos para cinema. Fez o seu auto-retrato de forma discreta em “Quase Famosos” / “Almost Famous”. A sua obra de estreia foi o famoso “Singles”, um daqueles filmes retrato de uma geração que habita o mesmo prédio, com um Matt Dillon e uma Bridget Fonda em destaque, ao mesmo tempo que dava, como não podia deixar de ser, uma enorme importância à banda sonora.


Nesta comédia romântica intitulada “Jerry Maguire”, precisamente o nome do protagonista interpretado por Tom Cruise, vamos seguir a vida de um agente desportivo que um dia num quarto de hotel tem um rebate de consciência e decide escrever um “memo”, para depois o distribuir pelos colegas, aplaudido por todos pela sua atitude frontal em que se inscreve o lema de “devemos dar mais atenção aos nossos clientes e menos ao dinheiro que poderemos ganhar com eles”. De imediato os colegas nas suas costas sabem que a sua carreira está por um fio.


Agente de sucesso, Jerry Maguire (Tom Cruise) possui tudo aquilo que um homem deseja, incluindo aquela bela e selvagem mulher chamada Marcie (Kelly Preston), mas quando o dinheiro e a fama desaparecem será de imediato abandonado.


Despedido com um sorriso nos lábios por um colega, mandatado pela Administração, durante um almoço, Jerry irá tentar levar consigo os seus clientes, mas durante essa luta com a empresa apenas arrasta consigo o jogador de baseball Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr – ganhou o Oscar para o melhor actor secundário), o menos desejado cliente, porque aquele homem só pensa em dinheiro, ficando célebre a frase “show me the money”. Numa tentativa desesperada de provocar uma cisão na empresa Jerry pergunta a todos os que leram o seu famoso “memo” quem irá com ele e apenas a empregada da contabilidade Dorothy Boyd (Renée Zellweger) decide seguir-lhe os passos.


Mais do que o “memo” dele é a paixão que a leva a segui-lo, para além do facto de ela ser divorciada e ter um filho pequeno. Estabelecendo-se uma relação de empregada/patrão que irá ultrapassar a fronteira da relação profissional, embora Jerry Maguire lute de início para não ultrapassar essa fronteira, ao mesmo tempo que começa a ser seduzido pela criança, um rapazinho “cool”. Já por outro lado a irmã de Dorothy, uma daquelas mulheres abandonadas que promove em sua casa reuniões femininas contra o “sexo forte”, olha com a maior desconfiança Jerry, percebendo de imediato como ele se encontra à beira do abismo e quando ele estabelece por fim uma relação com Dorothy,a irmã Laurel (Bonnie Hunt) tudo fará para mostrar à irmã como ela está errada na sua opção.


Entramos assim na comédia romântica dirigida de forma brilhante por Cameron Crowe, recorde-se que ele levou cinco anos a preparar o filme e desde os minutos iniciais que somos agarrados à cadeira, pela forma como ele nos introduz no mundo de Jerry Maguire e depois nos conta a sua relação atribulada com a família de Rod Tidwell, sendo a mulher deste, Marcee (Regina King), um dos maiores obstáculos a transpor para levar o jogador ao bom caminho, já que ele é conhecido pelo seu mau feitio. Com apenas um cliente Jerry dedica-lhe todo o tempo que possui, tentando mostrar-lhe que o dinheiro não é tudo na vida, ao mesmo tempo que Dorothy tudo faz para manter Jerry debaixo do seu tecto. A pouco e pouco vamo-nos apercebendo que Jerry Maguire não consegue manter a relação, arranjando mil e um pretextos para estar longe dela, ele deseja partir, mas a criança surge como um impedimento, até esse dia em que já nada se pode fazer.


De realçar a excelente interpretação de Tom Cruise na figura do agente desportivo, ao mesmo tempo que Renée Zellweger nos surge pela primeira vez num papel digno de nota, depois todos sabemos como ela se tornou célebre, engordando para Bridget Jones e emagrecendo depois, ficando um “palito”, para mais tarde “destruir” o belo rosto que possuía.


“Jerry Maguire” apresenta-se no interior da produção cinematográfica como uma comédia romântica fabulosa, tendo um argumento com uma moral para oferecer e um final feliz, como mandam as regras, embora nos ofereça nas suas entrelinhas o retrato do mundo selvagem em que vivemos, um sorriso pela frente e uma faca nas costas, retrato do quotidiano nas empresas e na vida, depois nem sempre os ideais triunfam e muito menos o sucesso amoroso, porém no caso de Jerry Maguire, ele aprendeu uma lição na vida, oferecida pelo irrequieto Tidwell, compreendendo como esse núcleo universal chamado família é o fruto da vida, por isso mesmo quando volta a entrar na casa de Dorothy é recebido friamente por aquele conjunto de mulheres abandonadas, que lhe dedicam sempre o maior desprezo do mundo, porque elas são (in) felizmente independentes e superiores a ele, mas Dorothy decide afastar-se do “rebanho” e perdoar a fuga de Jerry Maguire. E aqui as maiores feministas empedernidas não irão resistir a verter aquela lágrima ou, pelo menos, desejar no seu íntimo estar nos braços daquele homem. “Jerry Maguire” é como o vinho do porto, quanto mais se bebe/vê mais se gosta dele.

Rui Luís Lima

João Bénard da Costa - "Escritos Sobre Cinema" - Tomo 1 - Volume 2


João Bénard da Costa
"Escritos Sobre Cinema" - Tomo 1 - Volume 2
Páginas: 1157
Cinemateca Portuguesa
2019

João Bénard da Costa
(1935 - 2009)

Segundo volume de "Escritos Sobre Cinema" reúne os textos escritos por João Bénard da Costa para a Cinemateca Portuguesa e Fundação Calouste Gulbenkian dedicados aos realizadores e que surgiram publicados nas célebres folhinhas que eram distribuídas antes das sessões de cinema de ambas as Instituições, assim como os textos publicados nas edições de ambas as Instituições. Desta feita o volume inicia-se com o cineasta norte-americano John Cromwell e termina com Henry Hathaway, sendo sempre de referir que neste grosso volume se destacam os textos dedicados aos cineastas George Cukor, John Ford e David Wark Griffith, para além das inúmeras notas e um excelente índice remissivo. Recorde-se que o primeiro Tomo de "Escritos Sobre Cinema" irá ser constituído por cinco volumes, todos eles com mais de mil páginas. Estamos assim perante uma edição incontornável para os cinéfilos.

Rui Luís Lima

Jean-Pierre Melville - “O Segundo Fôlego” / “Le Deuxiéme Souffle”


Jean-Pierre Melville
“O Segundo Fôlego” / “Le Deuxiéme Souffle”
(França – 1966) – (144 min. - P/B)
Lino Ventura, Paul Meurisse, Christine Fabréga, Pierre Zimmer.

O ano de 2007 viu o “polar” renascer em terras francesas, através da mão de Alain Corneau, que não é um perfeito desconhecido para o cinéfilo, basta recordar essas obras intituladas “Série Negra” / “Série Noire”, "França Sociedade Anónima” / “France société anonyme”, “Todas as Manhãs do Mundo” / “Tous les matins du monde” ou o nosso “Nocturno Indiano” / “Nocturne indien”, para estarmos perfeitamente identificados com o cineasta, porque se trata precisamente de um autor. E alguns estarão a pensar, porque razão se está a falar de Alain Corneau (que nos deixou em 2010), a propósito de um filme de Jean-Pierre Melville? A razão é simples. Como alguns já devem se ter apercebido, o penúltimo filme de Corneau é um “remake” de “Le Deuxième Souffle” de Jean-Pierre Melville, um dos seus filmes mais célebres, ele que foi o cineasta do "polar" por excelência.


No filme de Alain Corneau temos Daniel Auteil na personagem que pertenceu a Lino Ventura, a bela Mónica Bellucci, loura como convém, para interpretar a personagem de Manouche que foi de Christine Fabréga, enquanto o célebre comissário Blot interpretado por Paul Meurisse nos chega através da presença de Michel Blanc e, por fim, essa personagem enigmática de seu nome Orloff, em tempos vestida por Pierre Zimmer, surge pela mão desse grande actor que é Jacques Dutronc. Mas como estamos aqui para falar do filme de Melville, deixamos este pequeno aperitivo do filme de Alain Corneau e regressamos ao Jean-Pierre.


“O Segundo Fôlego” foi a última película a preto e branco do cineasta, nascida de um argumento escrito por José Giovanni, outro nome cuja obra merece ser descoberta. Ao ler o argumento, Jean-Pierre Melville viu de imediato a figura de Lino Ventura a vestir a pele do gangster ultrapassado, o célebre Gustave Minda, conhecido no meio por “Gu”, ora a película começa precisamente com a fuga de “Gu” da prisão, uma fuga que se revela tortuosa até chegar junto de Manouche, a fim de preparar a sua partida do território francês. Mas sendo ele um dos mais famosos ladrões, tem a competir com ele o melhor dos melhores, o comissário Blot (magnifico Paul Meurisse), que não olha os meios para atingir os fins e que trata os gangsters por tu, indo ao território inimigo sozinho, demonstrando um sangue frio absoluto.


Estamos assim perante uma dupla de gangster/policia, num duelo de peso e será com isso precisamente que iremos deparar ao longo do filme, com duas interpretações extraordinárias, por um lado temos a contenção e os princípios da velha guarda de Gustave Minda e por outro lado o cinismo e a eficácia de Blot.


O comissário põe toda a França em busca do famoso foragido, enquanto este decide participar num último golpe a fim de obter dinheiro para a sua fuga do país. Se o assalto corre bem, o pior vem sempre depois com as desconfianças e as suspeitas como é habitual, especialmente quando pelo meio está metido um homem com uma moral muito própria no mundo da noite, chamado Orloff, essa figura enigmática, também ela com alguns princípios.


Quando tudo parecia perfeito, Gustave Minda é detido e após cair na estratégia da polícia, que faz passar os seus homens por gangsters, é montada uma operação para o mostrar como denunciante, lançando-se a notícia no meio. E será esse desejo de limpar o seu “bom-nome de gangster” que o levará a ir buscar forças para fugir da polícia e demonstrar a todos que foi vítima de um golpe muito baixo das forças da ordem. “Gu” pretende limpar o seu nome, mas ao ser cercado pela polícia vê o fim a aproximar-se e será o comissário Blot a deixar cair no asfalto a agenda onde o seu colega de profissão confessava a forma pouco ortodoxa como fez passar os seus homens por gangsters, manipulando a verdade dos factos. Será precisamente ao insistir com o jornalista para apanhar a agenda, que o enigmático comissário Blot reescreve a história de Gustave Minda, o último gangster!


Jean-Pierre Melville consegue oferecer-nos um filme fabuloso, não só pela forma como dirige os actores, mas também pelo ritmo que oferece na montagem, não existindo tempos mortos no filme. Mesmo quando vamos assistindo aos preparativos do assalto, percebemos que estamos a viver o tempo interior dos personagens, passando de simples espectadores a profundos intervenientes na película com direito a fazermos o nosso próprio julgamento e para tudo isto é fundamental o contributo de José Giovanni, que em tempos viveu no meio, sendo até preso e condenado, mas isso já é outra história.

Rui Luís Lima

Alix - “O Deus Selvagem” / “Le Dieu Sauvage” - Jacques Martin


Alix
“O Deus Selvagem” / “Le Dieu Sauvage”
Arte: Jacques Martin
Argumento: Jacques Martin
Páginas: 56
Asa/Público


Em "O Deus Selvagem" / "Le Dieu Sauvage", iremos reencontrar algumas das personagens surgidas no álbum “O Último Espartano”, ligadas ao jovem Heráklion, o pequeno grego protegido por Alix desde a “morte” da sua mãe e dos respectivos guerreiros gregos. Mais uma vez Jacques Martin trabalha a História com enorme saber, mantendo um traço único que não irá ter seguidores, porque como sabemos é extremamente difícil uma personagem de banda desenhada mudar de criador e a sua imagem não ser alterada. Como foi norma nesta publicação das aventuras de Alix pela Asa/Público, em todos os volumes surge um texto de Carlos Pessoa.

Rui Luís Lima

Martine Franck - "Agnès Varda"


Martine Franck
"Agnès Varda"
(em sua casa, na rua Daguerre)
Ano: 1983

Terje Rypdal - “What Comes After”


Terje Rypdal
“What Comes After”
ECM 1031
ECM Records
1974

Terje Rypdal – Guitars, Flute.
Barre Phillips – Double Bass, Piccolo Bass (faixa 5).
Jon Christensen – Percussion, Organ (faixa 5).
Erik Niord Larsen – Oboe, English Horn.
Sveinung Hovensjo – Electric Bass.

1 - Bend It (Terje Rypdal) – 9:55
2 . Yearning (Terje Rypdal) – 3:22
3 – Icing (T. Rypdal / J. Christensen)– 7:50
4 – What Comes After (Terje Rypdal) – 10:58
5 – Séjours (Barre Phillips) – 3:51
6 – Back Of J. (Barre Phillips) – 4:18

Terhe Rypdal

A música de Terje Rypdal, ao contar com o contributo do contrabaixista norte-americano Barre Phillips no álbum “What Comes After", invade espaços até então por explorar, de forma precisa e sedutora! Esta álbum foi gravado a 7 e 8 de Agosto de 1973 no Arne Bendiksen Studio, Oslo por Jan Erik Kongshaug e Produzido por Manfred Eicher. Fotografia da capa e Design de Frieder Grindler.

Rui Luís Lima

Gregory La Cava - “Doidos Milionários” / “My Man Godfrey”


Gregory La Cava
“Doidos Milionários” / “My Man Godfrey”
(EUA – 1936) – (94 min. – P/B)
William Powell, Carole Lombard, Alice Brady.

O cineasta Gregory La Cava deixou-nos demasiado cedo, mas a sua Arte permanece bem viva nos seus filmes, cujo melhor exemplo é este louco e inteligente filme intitulado “My Man Godfrey”, que nos oferece um olhar sobre as classes sociais bem extremadas, entre a loucura dos que tudo possuem e aqueles que nada têm, nem mesmo um tecto para os abrigar do frio e da chuva.


“My Man Godfrey” oferece-nos interpretações inesquecíveis, onde se destacam o fabuloso William Powell e a genial Carole Lombard. Vejam este filme e descubram a filmografia de Gregory La Cava!

Carole Lombard - (1908 - 1942)
William Powell - (1892 - 1984)

Recorde-se que este filme virá a ter um “remake”, realizado por Henry Koster, com David Niven e June Allyson nos protagonistas, mas nestas coisas, meus caros amigos, não há nada como o original “My Man Godfrey” ou, se preferirem, o inesquecível “Mordomo” criado por William Powell!

Rui Luís Lima