Francis Ford Coppola - “Uma Segunda Juventude” / “Youth Without Youth”

Francis Ford Coppola
“Uma Segunda Juventude” / “Youth Without Youth”
(EUA/Roménia/França/Itália/Alemanha - 2007) – (124 min. / Cor)
Tim Roth. Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz, André Hennicke, Marcel Iures.

O ano de 2007 iria surpreender tudo e todos com o regresso de Francis Ford Coppola à realização, já que muitos pensavam que o cineasta se “reformara”, depois do insucesso de “O Poder da Justiça” / “The Rainmaker”,(1997).

Partindo de um livro de Mircea Eliade, o cineasta irá escrever o argumento e convidar para protagonistas Tim Roth e a actriz alemã Alexandra Maria Lara, não recorrendo desta forma, a nomes sonantes de Hollywood, já que o seu nome é suficiente para convidar as plateias a assistir ao seu regresso à realização.

Dominic Matei (Tim Roth) é um linguista que se encontra a escrever o livro da sua vida, mas que vive o célebre bloqueio do escritor. E curiosamente o destino acabará por resolver o seu dilema, já que ao ser atingido por um raio, irá assistir ao seu próprio rejuvenescimento, que o irá conduzir à bonita idade de 35 anos. Por seu lado a equipa médica que o assiste no hospital não encontra explicação para o que está a suceder com o paciente.

Ao sair da unidade hospitalar decide prosseguir o seu trabalho e quando encontra uma jovem mulher (Alexandra Maria Lara), que lhe faz recordar a sua mulher falecida, sente que a juventude está de regresso. Mas a sua convivência com a jovem que durante as noites vive outra existência, falando línguas desconhecidas, irá levá-lo a conviver com uma situação estranha, já que ela, à medida que o tempo passa, começa a ser vítima de um envelhecimento precoce.

Francis Ford Coppola com esta película bastante diferente de tudo o que se produz actualmente em Hollywood, acabou por surpreender muitos, sendo a reacção da crítica da especialidade, bastante moderada, para não dizer negativa, levando o grande público a afastar-se do filme. No entanto, o cineasta referiu por diversas vezes em entrevistas, que ao realizar, “Uma Segunda Juventude” ele próprio se sentia a viver como a personagem do filme, uma segunda juventude, sentindo-se livre dos constrangimentos da máquina de produção dos grandes Estúdios, ao mesmo tempo que prometia aos seus fans, que um novo filme iria surgir muito em breve, sendo “Uma Segunda Juventude” apenas o primeiro capítulo de uma nova obra cinematográfica, bem pessoal, seguir-se-iam “Tetro” em 2009 e “A Ilusão” em 2011 dentro da mesma linha de produção ou seja obras pessoais e de baixo orçamento, para os parâmetros a que o cineasta de “Apocalipse Now” nos tinha habituado.

Rui Luís Lima