segunda-feira, 21 de outubro de 2024

D. W. Griffith - "True Heart Susie"


D. W. Griffith
"True Heart Susie"
(EUA – 1919) - (86 min. - Mudo - P/B)
Lilian Gish, Robert Harron, Walter Rhigby, Loyola O’Connor.

D. W. Griffith é o pai da linguagem cinematográfica. Com ele o cinema criou a Sétima Arte e se foi desde sempre uma daquelas figuras incontornáveis, com êxitos estrondosos e obras cada vez mais fabulosas, envolvendo grandes meios, seria precisamente com "Intolerance" / "Intolerância" que ele iria conhecer pela primeira vez o insucesso comercial.


A sua última película foi "The Struggle" em 1931, terminando os seus dias a viver num quarto de hotel, esquecido por todos. No seu funeral foram poucos os presentes e até Charlie Chaplin, que com ele fundou a "United Artist" (os outros companheiros dessa aventura eram Douglas Fairbanks e Mary Pickford), esteve ausente na derradeira despedida ao pai da linguagem cinematográfica.


David Wark Griffith oferece-nos a eterna teia amorosa nesta película intimista, em que A ("True Heart Susie"/Lillian Gish) ama B ("William Jenkins"/Robert Harron), que se apaixona e casa com C ("Bettina Hopkins"/Clarina Seymour), que trai B para este, no final, ficar com A, será que perceberam? Trata-se apenas do tão conhecido triângulo amoroso que tantas histórias ofereceu à Sétima Arte e que continua a habitar o quotidiano do ser humano, neste universo onde os sentimentos cedem às mais variadas paixões.


Com a bonita idade de um século de vida, “True Heart Susie” de David Wark Griffith, apesar de ter visto perdida a partitura original composta aquando da sua estreia, comprova que hoje em dia pouco se inventa no cinema, estando nesta película, como em outros filmes da mesma época, a trave mestra de todas as histórias de amor, que vamos descobrindo nos écrans de cinema ou nessa “caixa” que mudou o mundo.


Olhar o nascimento do Cinema, através do rosto de Lillian Gish e das imagens de David Wark Griffith é descobrir os primeiros passos dessa criança chamada Sétima Arte e "True Heart Susie" revela-se como um dos mais belos e deliciosos exemplos nascidos desse casamento entre cineasta e actriz, tornando inesquecível o talento desta maravilhosa actriz que sempre se referiu ao cineasta como Mr. Griffith, ao longo da sua vida.


(*) - Esse grande cineasta e teórico chamado Sergei Eisenstein demonstrou o seu reconhecimento pelo cineasta americano, ao escrever um longo texto sobre a sua Arte intitulado "Dickens, Griffith e nós", que ficou célebre.

Paula Nunes Lima

Sem comentários:

Enviar um comentário