Paul Newman conseguiu, ao longo da sua vida, juntar o talento ao glamour, mesmo quando em “A Golpada”/ “The Sting” surge de camisola interior e de chapéu na cabeça a planear esse grandioso golpe com o amigo de sempre, o actor Robert Redford. Aliás esta dupla, que também surgiu em “Butch Cassidy and the Sundance Kid” / “Dois Homens e Um Destino”, procurou nos últimos anos de vida do actor um filme para Paul Newman se despedir da Sétima Arte, mas esse argumento tão ambicionado por ambos nunca chegou a surgir, para grande pena de todos.
"A Vida é um Jogo"
Robert Rossen
Mas os filmes, esses célebres 60 filmes em que participou como actor, oferecem-nos uma das mais belas trajectórias de um actor no cinema. Era ainda criança quando encontrei pela primeira vez o actor nessa pequena caixa que mudou o mundo chamada televisão, na película “The Hustler” / “A Vida é um Jogo”, realizada por Robert Rossen e nunca mais me esqueci do nome de Eddie Felson, esse jogador de bilhar, que muitos anos depois iria reencontrar quando Martin Scorsese decidiu oferecer-lhe uma “nova oportunidade” em “The Color of Money” / “A Cor do Dinheiro”, com essa célebre tacada final em que ele diz “I’m Back!”.
Tennesse Williams era o dramaturgo favorito de Paul Newman
Nunca lhe conheci um mau desempenho, sempre brilhante em todas as películas em que participou fossem elas filmes independentes, como “Quintet” / “Quinteto”, realizado por Robert Altman ou superproduções como “A Torre do Inferno” / “The Towering Inferno”. Depois temos o amor e admiração que Paul Newman sempre devotou à obra de Tennesse Williams, basta recordar “Sweet Bird of Younth”/ “Corações na Penumbra” ou “Cat on a Hot Tin Roof” / “Gata em Telhado de Zingo Quente”, oferecendo-nos interpretações memoráveis e também nunca nos podemos esquecer do cineasta que ele foi e dessa obra espantosa que ele dirigiu, intitulada “The Glass Menagerie” / “Jardim Zoológico de Cristal”, que nos deixa sempre à beira de um ataque de lágrimas. Uma obra-prima infelizmente tão desconhecida, como o magnifico “Mr. & Mrs. Bridge” de James Ivory, feito na companhia da sua mulher Joan Woodward, com quem constituiu um dos mais sólidos matrimónios de Hollywood e que dirigiu em quase todos os filmes que realizou.
"Gata em Telhado de Zinco Quente"
Richard Brooks
Por vezes penso o que seria da adaptação cinematográfica de “Message in a Bottle” / “As Palavras que Nunca te Direi”, sem a sua presença. Na figura do pai do protagonista, recordo que a sua personagem não existe no livro de Nicholas Sparks. Mas memorável e um dos meus filmes favoritos é o seu desempenho em “O Veredicto” / “The Veredict” do Sydney Lumet.
Paul Newman
(1925 - 2008)
Paul Newman para além do actor, foi também um homem que esteve sempre na primeira fila na defesa das grandes causas, ajudando os mais desfavorecidos. Paul Newman permanece vivo no coração de todos os espectadores do cinema, sejam eles cinéfilos ou não. Chegou a hora de terminar esta crónica e ir ver a “Cortina Rasgada” / “Torn Curtain” de Alfred Hitchcock, para assim poder dizer mais uma vez que Paul Newman permanece bem vivo na nossa memória.
Rui Luís Lima
Paul Newman foi um dos mais fascinantes acotres da história do cinema, que virá a demonstrar também a sua qualidade quando foi para detrás da câmara revelando-se como cineasta ao universo cinéfilo. Nomeado por nove vezes para o Oscar da Academia de Hollywood, virá finalmente a conquistar a célebre estatueta pela sua interpretação no filme "A Cor do Dinheiro" realizado por Martin Scorsese.
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