“Álamo” / “The Alamo”
(EUA – 2004) – (137 min. / Cor)
Dennis Quaid, Billy Bob Thorton,
Jason Patric, Patrick Wilson, Emilio Echevarria.
Em 1960 o actor John Wayne decidiu tomar em suas próprias mãos a realização de “Álamo”, sendo ao mesmo tempo o protagonista, vestindo a pele do célebre David Crockett.
Embora as dificuldades tenham sido enormes e até o amigo John Ford lhe tenha dado uma ajuda na feitura da película, o actor/realizador levou a bom porto a película, que sempre gostamos de rever. E ao longo dos anos foram inúmeros os filmes que abordaram a luta gloriosa dos Texanos para a fundação do seu Estado, perante as forças do temível General Santa Anna.
Como não podia deixar de ser este é um tema muito querido aos texanos e John Lee Hancock na companhia Ron Howard, vestindo este último a pele de produtor, decidiram levar acabo mais uma versão da luta que se desenrolou na antiga missão de Álamo.
O realizador que se estreou com “Hard Times Romance” em 1991 e depois deu nas vistas com as séries de televisão L. A. Doctors (2000) e “Falcone” (1998), decidiu ir mais longe e narrar-nos não só a luta dos defensores de “Álamo”, mas também contar-nos a derradeira batalha que opôs as tropas mexicanas de Santa Anna e os Texanos chefiados pelo General Sam Huston, cujo nome irá figurar para sempre na famosa capital do Texas: Huston.
Iremos assim conhecer num baile o General Sam Buttons (Dennis Quaid), o célebre David Crockett (Billy Bob Thorton) e o Coronel James Bowie (Jason Patric) a congeminarem a melhor forma de, com os seus milicianos, declararem a Independência do Texas, do México, assistindo-se depois há sua partida para esse posto avançado, chamado Álamo, ao mesmo tempo que conhecemos as inevitáveis intrigas entre os políticos dessa jovem América.
Ao contrário da película de John Wayne, o filme de John Lee Hancock opta por nos oferecer os conflitos e as diferenças de opinião entre os defensores de Álamo, perante a chegada das tropas mexicanas, em número infinitamente maior, comandadas pelo sanguinário General Santa Anna, que se julga um novo Napoleão.
Embora a forma como nos é dado os combates se encontra perfeita, já a lentidão que os antecede, demonstra uma certa falta de mão na planificação da película, revelando um grave problema de ritmo. Por outro lado em termos de estrutura de argumento, percebemos o desejo do realizador em ir mais longe que John Wayne, ao oferecer-nos o derradeiro embate, entre Americanos e Mexicanos, com a vitória do General Sam Huston, que seguindo o ensinamento de Wellington, na sua vitória sobre Napoleão, escondeu as suas tropas da visão das forças Mexicanas, que entretanto se tinham dividido em três grupos, perdendo o respectivo contacto.
Derrotado e preso o General Santa Anna (Emilio Echevarria), aceitará abdicar do Texas em troca da liberdade, conseguindo os Texanos obter a sua independência e assim formar mais um Estado da futura União.
John Lee Hancock oferece-nos em “Álamo” um filme honesto, mas que infelizmente não cativa o espectador, devido a um argumento que se estende em demasiadas frentes, perdendo-se em estudos psicológicos das diversas personagens, o que não irá contribuir em nada, para o retrato histórico que nos pretende oferecer.
Rui Luís Lima
John Lee Hancock - (1956)
ResponderEliminarClassificação: 3 estrelas (***)
Estreia Mundial: 27 de Março de 2004 em San Antonio, Texas, Estados Unidos da América.