sexta-feira, 11 de abril de 2025

Philippe Haim - “Os Irmãos Dalton” / “Les Dalton”


Philippe Haim
“Os Irmãos Dalton” / “Les Dalton”
(França – 2004) – (85 min./ Cor)
Eric Judor, Ramzy Bedia, Sais Serrari, Romain Berger,
Til Schweigner, Javivi, Marthe Villalonga.

A banda desenhada franco-belga tem em Tintin, Asterix e Lucky Luke as suas mais famosas personagens, bem conhecidas de todos nós. Ao longo de gerações, eles têm feito as delícias de miúdos e graúdos, passando as gerações mais velhas esse mesmo testemunho às gerações mais novas. E, como não podia deixar de ser, o apelo do cinema não se fez esperar. Se, por um lado, o cinema de animação nos tem oferecido deliciosas histórias com estes intervenientes, explorando o sucesso destas personagens da banda desenhada, já a transposição das suas aventuras para esse lado mais realista obteve com os filmes de Asterix um sucesso enorme, basta recordarmos Gerard Depardieu a vestir a pele de Obélix ou Alain Delon como Júlio César para ficar tudo dito.


Mas seria Tintin o primeiro a vestir esse realismo, com a película “O Mistério das Laranjas Azuis” / “Tintin et les oranges blues”, realizado por Philippe Condroyer, um filme hoje em dia um pouco esquecido, enquanto as aventuras de Asterix e Obélix continuam a arrastar multidões. E será o cineasta Phillipe Haim a oferecer-nos as aventuras de Lucky Luke no cinema, ou melhor dizendo as desventuras desse quarteto famoso conhecido pelos irmãos Dalton, essa quadrilha de desesperados que atormenta o “far-west”, sempre perseguidos e derrotados pelo “cow-boy”, que dispara mais rápido que a sua própria sombra, oferecendo-nos em “Les Dalton” momentos sublimes nesta questão de rapidez.


As célebre personagens criadas por Morris e Goscinny, como não podiam deixar de ser, encontram-se na prisão sempre vigiados por Rantanplan, o cão menos inteligente do Oeste, para não dizermos pior, porque gostamos bastante dele. E, mais uma vez, o cérebro do grupo, o pequeno e neurótico Joe Dalton (Eric Judor) revela-se o artífice de mais uma espectacular fuga do presídio, sempre bastante irritado com as sugestões dadas pelo seu irmão Averell (Ramzy Bedia).


O destino da fuga destes verdadeiros “desesperados” será o México, onde irão conhecer o perigoso El Tarlo (Javivi) , que tem um “sombrero” que o torna invencível nos seus assaltos. E após terem roubado o famoso “sombrero”, decidem assaltar o banco mais bem guardado do Oeste, mas mais uma vez Lucky Luke (Til Schweiger) se irá intrometer fracassando a célebre golpada deste perigoso bando de assaltantes.


Philippe Hain oferece-nos um filme cheio de ritmo, basta repararem na banda sonora, ao mesmo tempo que nos vai introduzindo diversas personagens bem famosas das aventuras de Lucky Luke, onde nem falta a famosa Mamã Dalton (Marthe Villalonga), sempre satisfeita com os assaltos dos filhos.


Estamos assim num território onde a banda desenhada bebe na fonte a mitologia do Oeste, com os seus duelos, as perseguições e fugas e o quotidiano sempre turbulento desse México, pátria dos foragidos, onde a lei do mais forte se impõe através da sua destreza nas armas.


“Les Dalton” oferece-nos momentos verdadeiramente hilariantes, com as fúrias do pequeno Joe e os raciocínios sempre muito pouco inteligentes de Averell, que aqui também nos revela a sua arte culinária. Embota o célebre protagonismo dos irmãos Dalton termine por suplantar Lucky Luke, o solitário “cow-boy” sai mais uma vez vitorioso do duelo. “I’m a poor lonesome cowboy and a long way from home…”

Rui Luís Lima

1 comentário:

  1. Philippe Haim - (1967)
    Classificação: 2 estrelas (**)
    Estreia em Portugal: 18 de Agosto de 2005.

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