quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Lawrence Kasdan - O Cineasta Acidental!


Lawrence Kasdan - O Cineasta Acidental!

1. - Steven Spielberg costuma dizer que Lawrence Kasdan foi uma descoberta sua, sendo um dos trunfos do universo dos “movie-brats”, a cooperação existente entre os seus membros, ao contrário do que sucedia nos anos áureos do célebre Sistema dos Estúdios, em que a competição era feroz. Recorde-se que um dos grandes negócios de David O’Selznick era alugar os actores que tinha em seu poder ou se preferirem sobre contrato, aos diversos Estúdios, que iam solicitando os seus serviços.

Lawrence Kasdan surgiu no cinema (“família” Spielberg/Lucas) como argumentista, vendo de imediato o seu trabalho reconhecido por todos. Tal como sucedeu com dois outros argumentistas desta geração, hoje cineastas e nomes incontornáveis do cinema americano: Robert Zemeckis, argumentista de 1941-Ano Louco em Hollywood”, que se estreou com “I Wanna Hold Your Hand” e Paul Schrader, argumentista de “Taxi Driver”, que se estreou atrás da câmara com “Blue Collar”.

"Noites Escaldantes" / 
"Body Heat"

“Body Heat”/”Noites Escaldantes” foi o primeiro filme dirigido por Lawrence Kasdan e nele foi possível rever o cinema clássico, mais concretamente o famigerado “film noir”, com a inevitável passagem do elemento feminino pelo seu interior, condutor perfeito da traição e morte, num jogo profundamente sensual, mas demasiado belo para ser inocente.

William Hurt e Kathleen Turner são a dupla de um “thriller” onde o amor e o crime são cúmplices de uma estratégia e onde o argumento é a chave preponderante do filme, pontuado maravilhosamente pela música de John Barry. E se William Hurt confirma aqui todo o seu talento, já Kathleen Turner foi a grande revelação, tornando-se na última mulher-fatal do “film noir”, o seu corpo respira uma sensualidade verdadeiramente perturbante.

"Os Amigos de Alex" / 
"The Big Chill"

Mas ao calor dos corpos de “Body Heat”, irá suceder o frio de “The Big Chill”/”Os Amigos de Alex”, que nos oferece um maravilhoso retrato de uma geração, tendo como ponto de partida a morte de um amigo comum: Alex, de seu nome.

“Os Amigos de Alex” / "The Big Chill" são a imagem perfeita dos anos sessenta, com todos os elementos dispersos pelas várias personagens do filme, desde a memória do Vietname até ao “rock and roll” (banda sonora excelente), passando pelas aventuras psicadélicas e os belos sonhos de uma geração que pretendia mudar o mundo, através dessa paisagem alicerçada na amizade e no amor.

Mas “Os Amigos de Alex” (o único que teve a “coragem” de partir) é também o ponto de encontro de duas gerações, que se completam e se desconhecem. E esse encontro é materializado no par Nick e Chloe (William Hurt e Meg Tilly), como já fora anteriormente com Alex e Chloe, porque o gelo calculista das relações existentes no mundo contemporâneo só pode ser derretido pela ternura dos sentimentos.

"Silverado"

“Silverado”, escrito a “meias” com o irmão Mark Kasdan, marca o regresso do “western” ao grande écran e como todos os “westerns” tem sempre os seus heróis, tendo Lawrence Kasdan optado por um quarteto composto por Kevin Kline, Scott Glenn, Kevin Costner e Danny Glover, quatro magníficos que irão de certa forma recordar os famosos “Sete Magníficos” de John Surtges.

E se John Wayne foi o cow-boy por excelência de Howard Hawks e John Ford, embora o Jimmy Stewart dos “westerns” de Anthony Mann seja bem diferente, em “Silverado” não há lugar para o herói individual oriundo do cinema clássico ou como sucede nas películas de Clint Eastwood, mas sim uma fórmula de grupo, ao mesmo tempo que todos os elementos que constituíram o denominado “western” clássico de Ford a Hawks passando por Walsh estão aqui bem presentes, não faltando nenhum dos ingredientes que fizeram deste género um dos mais populares das plateias de cinema, em que os espectadores avisavam o herói do bandido emboscado, ou alertavam a célebre cavalaria dos índios que se preparavam para os cercar.

Com a feitura de “Silverado” Lawrence Kasdan oferece-nos, de forma exemplar, um “western” composto de todos os elementos que fizeram a História no velho Oeste.

"O Turista Acidental" / 
"The Accidental Tourist"

2. - “The Accidental Tourist” /”O Turista Acidental” é uma das mais comoventes histórias de amor, em que a perda de um filho acaba por levar ao esquecimento do amor do casal Leary (William Hurt e Kathleen Turner) e a inevitável separação, com a habitual desculpa de se precisar de colocar as ideias em ordem.Para quem não viu o filme, convém referir que o Malcolm Leary escreve guias de viagem, daí o nome “Turista Acidental”.

O escritor compartilha a sua casa com um pequeno cão possuidor de crises de “mau humor” e na véspera de partir para Inglaterra para preparar mais um dos seus famosos livros é obrigado a deixá-lo no “Miau-Béubéu”, um dos muitos hotéis para animais existentes por essa América fora, onde irá conhecer a treinadora de cães Muriel Pritchett, que irá alterar o sentido da sua vida para sempre.

Muriel (Geena Davis) adora conversar com os clientes e tem um filho, no qual Malcolm (William Hurt) começa a rever o filho morto quando saía de um MacDonald’s, por um lunático que lhe deu um tiro. E quando Muriel lhe começa a traçar um rumo de vida bastante diferente do seu ele aceita, descobrindo um universo até então desconhecido para ele, mas quando Sarah (Kathleen Turner) regressa, bela e sensual, Malcolm termina por regressar para ela, iniciando-se a “luta” de Muriel para não perder o grande amor da sua vida.

Lawrence Kasdan assina assim um dos mais belos e comoventes melodramas da história do cinema, que nos faz recordar dois dos maiores Mestres do género: John Stahl e Douglas Sirk.

"Amar-te-ei Até Te Matar" / 
"I Love You To Death"

A comédia apresentava-se como um género ausente da filmografia de Lawrence Kasdan, até ao momento em que o cineasta decide arregaçar as mangas e convidar o multifacetado Kevin Kline para ser a figura principal da película “Amar-te-ei Até te Matar”/”I Love You to Death”.

Joey Boca (Kevin Kline) e a mulher Rosalie (Tracey Ullman) são donos de uma pizzaria e enquanto ela pensa que o marido está a trabalhar, fazendo as entregas das famosas pizzas, ele aproveita esse período de tempo para se encontrar com as diversas amantes que vai coleccionando, até chegar esse dia em que a verdade bate à porta, deixando a fervorosa católica Rosalie à beira de um ataque de nervos.

Como não podia deixar de ser, a esposa traída contando com a colaboração da sua querida mãe Nadja (Joan Plowright), decide arquitectar a morte de Joey e assassiná-lo. Devo Nod (River Phoenix), o empregado sempre prestável, decide apoiá-la e contrata os “perigosos” irmãos James (William Hurt e Keanu Reeves), para tratarem do caso, mas o nosso heróico Joey lá vai sobrevivendo aos atentados, fugindo da morte como o diabo foge da cruz.

Se Lawrence Kasdan pretendia entrar bem no interior da comédia não o conseguiu, em virtude da sua colagem ao famigerad0 humor britânica. Por outro lado, a personagem criada por Kevin Kline (de bigode, como sempre acontece, quando o actor é interprete de comédias) está muito próxima dessa maravilhosa loucura intitulada “Um Peixe Chamado Wanda” / “A Fish Called Wanda”, por outro lado o “nonsense” não funciona, porque na verdade, não é Ernest Lubitsch ou Billy Wilder quem quer.

Desta forma a abordagem encetada por Lawrence Kasdan no difícil território da comédia apresenta um saldo poco positivo, que será invertido pelo cineasta ao dirigir “French Kiss” / “O Beijo”, corrigindo os erros cometidos em “Amar-te-ei Até te Matar”.

"Grand Canyon - O Coração da Cidade" /
 "Grand Canyon"

“Grand Canyon - O Coração da Cidade”, o filme seguinte de Kasdan é o regresso, dez anos depois, a uma espécie de sequela de “Os Amigos de Alex” / “The Big Chill”, passada nos anos noventa. As personagens são bastantes diferentes e o meio onde se movem é essa grande metrópole conhecida como a cidade dos anjos ou Los Angeles, se preferirem.

Desta feita não é só a história de cada uma das seis personagens que nos é oferecida, mas também uma certa desilusão acerca dessa cidade por parte de Lawrence Kasdan, que surge aqui muito crítico e bastante negativo.

Tudo começa quando o carro de Mack (Kevin Kline) se avaria, ficando só e perdido na noite de L.A. e inevitavelmente surge um daqueles gangs retratados no magnífico filme de Dennis Hooper, “Reds and Blues”, para lhe “fazerem a folha” e quando tudo parecia perdido surge o reboque de Simon (Danny Glover), que consegue “levar a água ao seu moinho” e evitar a violência que estava prestes a explodir.

Estabelece-se assim uma relação de amizade entre os dois homens, oriundos de classes sociais bem diferentes, nascendo desta forma o ponto de partida para conhecermos as restantes personagens do filme, que constituem a sua essência.

Lawrence Kasdan regressa assim ao seu melhor, retratando cada uma das personagens, sejam elas principais ou secundárias, como se elas fossem a imagem perfeita dos habitantes de L A. Veja-se o sonho de Simon; o amor de Claire (Mary McDonnel) pelo recém-nascido encontrado na rua, à espera de ser salvo por uma mãe que o ame; a amante de Mack, eternamente à espera do amor que tarda em surgir; o relacionamento de Simon e Jane (Alfre Woodard) demonstrativo de que nunca é tarde para amar.

Por fim, iremos acompanhar a partida deste grupo a caminho de um outro horizonte, longe da cidade de betão e das suas “free-ways”, em que quase toda a gente é “bela e bronzeada”, para descobrir na beleza do Grand Canyon, o sabor da liberdade e contemplar tranquilamente, sem ruídos estranhos, o amor nascido, nas linhas cruzadas da amizade.

"Wyatt Earp"

3. - O sucesso obtido por Kevin Costner com “Dança com Lobos”/”Dance With Wolves” e o bom acolhimento dado a “Silverado” tanto pelo público como pela crítica especializada, levaram Kevin Costner e Lawrence Kasdan a juntar forças e retomar a estrada do “western”, regressando ao mito de Wyatt Earp e do célebre duelo de “OK Curral”, em tempos idos e memoráveis tão bem retratado por John Ford, mas também abordado por diversos cineastas ao longo dos anos.

Se me permitem um parêntesis, sou obrigado a recordar uma conversa sobre cinema, tida em Monument Valley, com uns índios que conheci, na qual eles teceram os maiores elogios a Kevin Costner e à sua série “500 Nations” sobre as diversas tribos índias. Na verdade nós pretendíamos falar de cinema e eles pretendiam vender-nos um machado. Terminámos todos por conseguir atingir os objectivos pretendidos. Nós falámos com eles de cinema e eles lá venderam o machado por um preço exorbitante, mas a conversa foi tão saborosa, que ainda hoje temos de confessar que valeu mesmo a pena.

Regressando a “Wyatt Earp”, poderemos dizer que Lawrence Kasdan conseguiu alcançar os seus objectivos, com a feitura da película, embora a marca de Kevin Costner seja bem visível. Mas nunca será demais lembrar a interpretação de Dennis Quaid, na figura do alcoólico Doc Holliday, um trabalho de transfiguração e interpretação espantosos que deixou o mais comum dos mortais perfeitamente estupefacto.

Comparando esta película com “Silverado”, somos obrigados a reconhecer a frescura da primeira, perante um certo classicismo do segundo “western” de Lawrence Kasdan. Curiosamente Kevin Costner, ao realizar o seu segundo “western”, o magnífico “Open Range”, esconde-se atrás da personagem que interpreta, citando directamente os famosos “westerns” de Anthony Mann, que surgem homenageados neste filme através da paisagem, embora esse anti-herói criado por Anthony Mann e interpretado por James Stewart esteja ausente, em “Open Range” já que Kevin Costner opta por um olhar interiorizado do mundo que o rodeia.

"French Kiss: O Beijo" / 
"French Kiss"

Após a feitura de “Wyatt Earp”, Lawrence Kasdan não meteu férias e com a ajuda da, então, “namorada da América” Mrs. Meg Ryan, decidiu regressar à comédia, ou não fosse ela um dos maiores nomes da comédia americana, que um dia decidiu fazer o melodrama “When a Man Loves a Woman” para provar as suas capacidades dramáticas, sendo o resultado excelente.

Como tem sucedido nos últimos anos no interior da produção norte-americana, em “French Kiss” o protagonista também é produtor, situação em que já encontrámos actores como Tom Cruise ou Tom Hawks, tendo desta feita Meg Ryan optado por também ela trilhar esse caminho. Como não podia deixar de ser, Lawrence Kasdan convida de novo Kevin Kline para interpretar essa figura “charmosa” e vigarista chamada Luc Teyssier, um ladrão de jóias francês, muito pouco sofisticado, bastante mal vestido e sempre com a barba por fazer.

A grande paixão de Kate (Meg Ryan) é o distinto Charlie (Timothy Hutton), que um dia parte para Paris e nunca mais regressa, adiando “sine die” o tão desejado reencontro e assim Kate decide partir para Paris, mas a sua fobia de viajar de avião é um problema difícil de ultrapassar, até que este é resolvido pelo hilariante “gentleman” Monsieur Luc Teyssier, um magnifico Kevin Kline, que nos faz esquecer o Joe Boca de “Amar-te-ei Até te Matar”.

O nosso amigo Luc vai usar Kate para fazer passar na alfândega as jóias roubadas, perante o olhar felino do inspector Jean-Paul (Jean-Reno), que não lhe irá dar tréguas ao longo do filme, sendo a preciosa mercadoria perdida para as mãos de um outro larápio de “segunda divisão”, que apenas pretendia roubar a mala. Será então que um pacto é estabelecido entre este par tão improvável, que irão juntar esforços para encontrarem as jóias, ao mesmo tempo que tentam descobrir o paradeiro do distinto Mr. Charlie, que se encontra perdidamente apaixonada pela bela Julieta para mal dos pecados de Kate. Mas quem se acaba por se apaixonar mesmo, ao longo deste delirante comédia, será o par mais politicamente incorrecto que o cinema nos ofereceu, sempre vigiado pelo olhar atento do amigo inspector.

"O Invulgar Dr. Mumford" / 
"Mumford"

4. - Como sucede muitas vezes em Hollywood, Lawrence Kasdan surge como actor em dois “cameos”. O primeiro no filme em que quase todos os actores secundários eram cineastas: “Pela Noite Dentro”/”Into the Night” de John Landis, no qual era um dos detectives, surgindo o segundo “cameo” muitos anos depois, numa obra sua, a comédia “Amar-te-ei Até Te Matar” em que é o advogado do “sempre na lua” Devo (River Phoenix). Mas será na obra desse excelente cineasta, tão pouco reconhecido pela crítica, Mr. James L. Brooks (um dos criadores da série “The Simpson”), que ele irá vestir a pele do psiquiatra do temível Melvin Udall (Jack Nicholson), numa breve interpretação que nos deixa a todos de sorriso nos lábios. Estamos a falar, como já perceberam, dessa comédia maravilhosa intitulada “Melhor é Impossível”/”As Good as It Gets”.

No final do Milénio Lawrence Kasdan decide regressar à comédia com "O Invulgar Dr. Mumford" / "Mumford", que terminou por se revelar um pequeno fracasso, não só porque lhe faltou um nome forte no elenco, apesar de nele constar Ted Danson, cujo contributo para a película é infelizmente reduzido, surgindo um pouco como actor secundário e depois a história do Dr. Mumford (Loren Dean), esse desconhecido que chega à cidade e de imediato começa a roubar clientela, devido aos seus métodos, aos dois médicos residentes na área, Dr. Ernest Delbanco (David Paymer) e a Dra. Phyllis Sheeler (Jane Adams), levando-os a conspirar contra ele com o apoio do advogado Lionel Dillard (Martin Short), porque na verdade cada homem transporta consigo, sempre o peso do seu passado.

"O Caçador de Sonhos" / 
"Dreamcatcher"

Mas em 2003, ao adaptar ao cinema o livro "Dreamcatcher" de Stephen King, o cineasta Lawrence Kasdan irá realizar "O Caçador de Sonhos" / "Dreamcatcher", que se irá tornar numa película mal-amada pela crítica cinematográfica, que o arrasa, mas também irá contar com a fuga do público, incluindo dos seus fans, revelando-se o filme um desastre financeiro de tal ordem, que irá fazer com que o cineasta esteja durante uma década sem realizar um filme.

Na verdade, a incursão de Lawrence Kasdan pelo território do Cinema de Terror, usando Stephen King como padrinho no qual temos cenas verdadeiramente atrozes e de um mau gosto inacreditável, levam o cinéfilo a comparar esta película com "The Thing" de John Carpenter e inevitavelmente percebemos onde o cineasta acidental falhou, já que em ambos os filmes temos imensos pontos de contacto. Ao revermos "O Caçador de Sonhos" / "Dreamcatcher", quase desejamos esquecer o nome do cineasta que o realiza, porque ele ao longo de décadas sempre nos ofereceu filmes inesquecíveis.

"Fiel Companheiro" / 
"Darling Companion"

"Fiel Companheiro" / "Darling Companion" representa o regresso de Lawrence Kasdan a essa casa que sempre geriu com mão de génio, conhecida como comédia dramática e indo buscar esse actor chamado Kevin Kline (seu alter-ego), para protagonista, dando assim o passo necessário para transformar esta película numa obra a não perder, convocando também para o elenco nomes bem conhecidos do grande público, como sucede com Diane Keaton, Richard Jenkins, Dianne Wiest e Sam Shepard.

Tal como sucedia em "O Turista Acidental", será o tão famosos "melhor amigo do homem" a despoletar a acção de "Fiel Companheiro" / "Darling Companion", o cão que as filhas de um casal da classe média decidem adoptar depois de o encontrarem abandonado em pleno inverno. Os pais das jovens vivem um casamento que se mantêm apenas "socialmente" e se Beth (Diane Keaton), se afeiçoa ao novo habitante do lar para expulsar a solidão que a envolve quotidianamente, já o Dr. Joseph (Kevin Kline) permanece tranquilo em redor do seu ego, até chegar esse momento em que ao passear o fiel companheiro, o deixa fugir e de imediato se instala a tragédia em redor dos convidados que se encontram na sua casa de férias nas montanhas e mal se começa a pensar na melhor forma de prepararem as buscas para encontrar o animal fugitivo, estalam os conflitos e as emoções em redor dos presentes, revelando o melhor e o pior do ser humano, que habita no interior de todos os presentes. "Fiel Companheiro" / "Darling Companion" marca o regresso de Lawrence Kasdan ao cinema com que sempre nos maravilhou.

Lawrence Kasdan

Ao terminar esta viagem pela filmografia do cineasta acidental, podemos dizer que continuamos a admirar o genial Lawrence Kasdan de “Noites Escaldantes” / “Body Heat” e procuramos o seu “French Kiss” quando a tristeza nos bate à porta e temos necessidade de lhe dizer que essa porta já não existe, porque estamos a caminho de Paris, com o Luc e a Kate ou que o nosso conceito de amizade se encontra extraordinariamente bem retratado em “Os Amigos de Alex” e em “Grand Canyon” ou o amor nunca foi tão gratificante como em “O Turista Acidental”. Depois queremos ir ao Nimas, como diria o Frank O’Hara para ver aquelas “cow-boyadas” intituladas “Silverado” e “Wyatt Earp”, para revivermos os nossos tempos de criança, em que imitávamos os nossos heróis, fossem eles o xerife, o vilão ou a célebre cavalaria...

Rui Luís Lima

1 comentário:

  1. Lawrence Kasdan iniciou a sua actividade como argumentista e mais tarde passou p ara detrás da Câmera e tornou-se realizador com o seu filme de estreia "Noites Escaldantes" e rápidamente se tornou um cineasta abordando os mais diversos géneros, também teve algumas pequenas aparições como actor, como sucede na película "Melhor é Impossível".

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