Teatro Radiofónico e Rádio Novela!
Nesta série de memórias da rádio, não podia deixar de falar no Teatro Radiofónico, que teve os seus inícios em Inglaterra e França na década de 20 do século XX, aliás se pensarmos nos episódios televisivos da série “Poirot”, encontramos o célebre detective criado por Agatha Christie a escutar o Teatro na Rádio.
Em Portugal, esta forma de fazer rádio surgiu em 1932, mas seria na década de 40 que nasceria um folhetim baseado em “As Pupilas do Senhor Reitor” de Júlio Dinis e mais tarde, em 1955, “A Força do Destino” que irá fica popularmente conhecido como “o romance da coxinha”, nessa época, confesso, que ainda nem pensava em vir a este mundo, andava possivelmente noutra Galáxia.
Alguns anos depois, já a viver no Planeta Azul, levei com o “Simplesmente Maria”, que tinha o Paulo Renato e a Francisca Maria nas principais vozes, sendo o primeiro episódio emitido em Março de 1973, na Rádio Renascença e o sucesso foi de tal forma enorme, que foi lançada uma revista em formato de fotonovela (então muito em voga), que se vendia como “pãezinhos quentes” e curiosamente durante muito tempo foi desconhecido o nome dos intérpretes, um segredo muito bem guardado, que aumentava as audiências.
Foi com esta radionovela, bem diferente daquela de que nos fala Mário Vargas Llosa no seu livro “A Tia Júlia e o Escrevedor”, que descobri a radionovela ou teatro radiofónico, se preferirem, na companhia da minha avó, ela era fan e eu muitas vezes escutava, porque era emitida precisamente à hora de almoço, 13h30.
Mas depois descobri o Teatro no “posto da música clássica” na rádio, nos dias de hoje denominado Antena 2. O Teatro ía para o ar aos domingos entre as 21 horas e as 22,00, ou seja uma hora inteira, preenchida com uma peça de um dramaturgo de renome e com excelentes intérpretes e onde a sonoplastia fazia verdadeiros milagres.
Recordo-me de gravar algumas dessas peças radiofónicas em cassetes-áudio BASF de crómio, sendo Oscar Wilde e Noel Coward alguns dos meus eleitos, mais tarde escutava feliz, estas emissões de Teatro Radiofónico tranquilamente, ao longo da noite, porque na verdade nunca gostei de perder tempo a dormir.
Rui Luis Lima
O Teatro Radiofónico tinha caracteristicas bem populares em programas como "Os Parodiantes de Lisboa" ou nos célebres folhetins que arrastavam multidões para os rádios como sucedia com a tele-novela "Simplesmente Maria" que teve tanto sucesso que até chegou a ter uma revista semanal que se vendia como pãezinhos quentes. Já a outra faceta eram as peças transmitidas na Emissora 2 (futura Antena 2) que transmitiam peças de uma hora de reportório clássico oriundoo das mais diversas longitudes.
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