sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Alfonso Cuarón -“Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” / “Harry Potter and the Prisioner of Azkaban”


Alfonso Cuarón
“Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” / “Harry Potter and the Prisioner of Azkaban”
(Inglaterra/EUA – 2004) – (141 min. / cor)
Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Michael Gambon, Alan Rickman.

Demorei bastante tempo a render-me ao fenómeno Harry Potter (bastava ver, na época, as filas de miúdos à porta das livrarias sempre que saía mais um volume para o classificar como tal).

Rapidamente, após a conquista, devorei todos os livros e ansiei, como todos os fãs, pela saída do volume seguinte.


Os temas do fantástico, quando (bem) transpostos para os “movies”, tornam-se sempre apelativos. E se podemos pensar que a autora, J. K. Rowling, já escreveu estes livros a pensar na sua passagem ao cinema, não vejo mal nenhum nisso. Não me lembro, nos últimos anos, de ver a miudagem tão interessada por livros (e acho que não tenho andado distraída).


Falhei o primeiro e segundo filmes do Harry no cinema, terminando por os ver em DVD (realizados por Chris Columbus, realizador de sucessos como "Sozinho em Casa" / "Home Alone", "Mrs. Doubtfire" / “Papá Para Sempre”, com um espantoso Robin Williams e "Nine Months" / "Nove Meses" entre outros filmes). No entanto, mais uma vez, tenho que dar a mão à palmatória e, após ver "O Prisioneiro de Azkaban", reconhecer que ver filmes em ecrã grande, em sala de cinema, não tem comparação com vê-los em TV, sobretudo os de grande efeito, como sucede com os filmes das aventuras de Harry Potter, embora o dvd sirva sempre para os recordar.


Mais uma vez Harry volta à escola (Hogwarths), após as terríveis férias de Verão com os tios Muggles (humanos, sem poderes). Sem me alongar na história, sobejamente conhecida da maioria, o perigo ronda-o novamente, desta vez devido à fuga de Sirius Black (Gary Oldman) de Azkaban, a prisão para feiticeiros que, de alguma forma, romperam com o código do bem.


Para um apreciador das aventuras do Harry, basta-lhe ver o filme; para um verdadeiro apreciador de bom cinema, acho que o facto de alguns dos maiores actores ingleses estarem envolvidos nesta produção será suficiente para despertar o interesse. Exemplificando: Gary Oldman como Sirius Black; o sempre fabuloso Michael Gambon como Dumbledore (em substituição de Richard Harris, entretanto falecido); Emma Thompson – que afirmou que a filha não lhe perdoava se ela não fizesse uma "perninha" no filme/série mais amada do público juvenil surgindo na pele da míope Professora Trelawney; Maggie Smith como a Professora McGonagall; Alan Rickman – esse espantoso actor – como Professor Snape; e toda uma galeria de secundários sobejamente conhecidos de séries e filmes ingleses. Harry Potter é o ídolo de uma geração, mas os mais velhos como eu também sonhamos a ver as suas maravilhosas aventuras, porque o cinema também nos possibilita o regresso à infância... basta recordar esse general que, em "1941-Ano Louco em Hollywood" / “1941” de Steven Spielberg, chora a ver o "Dumbo" de Walt Disney.


Daniel Radcliffe, o actor que deu vida a Harry Potter tem uma tarefa árdua pela frente com a série terminada, despir a personagem que se lhe colou ao corpo. É verdade que se ele tirar os óculos fica quase irreconhecível e o seu aparecimento na peça de teatro "Eqqus" faz parte já dessa mesma tentativa, embora a nudez exposta em palco possa pretender atingir outros fins, perante as fans do seu trabalho. É certo que poucos deram por ele em "o Alfaiate do Panamá", era um dos filhos do "casal" Geoffrey Rush/Jamie Lee Curtis, para já não falarmos do seu baptismo de fogo na televisão na pele do jovem David Copperfield. Já Emma Watson, a jovem feiticeira Hermione possui uma tarefa ainda mais árdua, ainda por cima depois de a sua relutância em continuar na série, após ter sido perseguida por um fan, a celebridade também possui o outro lado e ela já o descobriu. Veremos o que o futuro reserva a estes dois actores, porque nem todos possuem esse magnetismo cinematográfico desde crianças como sucedeu com Elizabeth Taylor (a menina da Lassie) e Jodie Foster (Bugsy Malone)... que o diga Shirley Temple!


Uma última palavra para o cineasta e argumentista Steve Kloves que assinou em tempo os maravilhosos "The Fabulous Baker Boys" / "Os Fabulosos Irmãos Baker", com uma sedutora Michelle Pfeiffer a cantar maravilhosamente ao lado dos irmãos Bridges, Jeff e Beau, uma obra que recomendamos vivamente. Ele teve um trabalho espantoso na adaptação dos livros ao cinema (os realizadores mudam, ele permanece), revelando-se o verdadeiro responsável pela passagem ao grande écran dos livros de J. K. Rowling, não sendo por acaso que nas entrevistas contidas nos dvds (extras), ele esteja sempre ao lado da escritora que, em tempos que já lá vão, iniciou a escrita da saga por mesas de café, enquanto esperava pela hora de ir dar aulas de inglês, estando hoje multimilionária graças ao enorme sucesso dos seus livros.

Paula Nunes Lima

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