“Chacal” / “Day of the Jackal”
(França/Grã-Bretanha – 1973) – (143 min. / Cor)
Edward Fox, Michael Lonsdale, Alan Badel, Derek Jacobi.
Quando Frederick Forsyth publicou o seu livro “O Chacal”, que se tornou na época um “best-seller”, de imediato as atenções de Hollywood se concentraram nele e pouco tempo depois iria ser feita a respectiva adaptação cinematográfica.
O cineasta escolhido para levar ao grande écran foi Fred Zinnemann, um dos nomes sonantes do cinema clássico americano que, com a ascensão do nazismo. trocou a Áustria, sua terra Natal, pelo continente americano, nunca escondendo a suas opções de esquerda. Aliás será sempre de lembrar essa obra-prima intitulada “O Comboio Apitou Três Vezes” / “High Noon” em que, de forma perfeita, denunciava num “western” o terror que o senador McCarty incutia no país. Será também de referir que a sua derradeira obra “Júlia”, baseado na vida da escritora e dramaturga Lillian Hellman, nos oferece o retrato perfeito de como o nazismo se impôs no quotidiano de uma Viena outrora cosmopolita e como o terror foi sendo instituído em terras alemãs.
Em “Chacal” iremos conhecer a forma como os homens da OAS se movimentam em Paris e a sua busca para encontrarem o homem perfeito para cometer o assassinato do então Presidente da Republica Francesa. Esse homem será encontrado, mas a sua verdadeira identidade nunca será revelada no filme, já que ele oferece o nome de Chacal para contacto. Apenas sabemos que vem de Inglaterra e que é conhecido pela sua eficácia, já que é referido como o indivíduo que “tratou do Trujillo” e daquele homem no Congo”, um assassino frio e eficaz que nunca deixava rasto.
Iremos assim assistir ao encontro de Chacal (Edward Fox, numa interpretação soberba) com a OAS, que aceita cumprir a missão para que é contratado e mesmo quando sabe que as autoridades francesas sabem da sua existência, ao atravessar a fronteira de Itália para França, não desiste da missão que tem entre mãos.
Perseguido desde a primeira hora pelo inspector Label (Michael Lonsdale), devido à prisão de um membro da OAS que confessa à polícia o plano em andamento, ele irá andar sempre um passo à frente dos seus perseguidores, construindo desta forma Fred Zinnemann um “thriller” perfeito que nos agarra à cadeira desde os primeiros minutos do filme.
Chacal irá, ao longos dos dias, conseguir enganar tudo e todos, até chegar a esse momento em que irá ter na mira o célebre Presidente Francês, no dia nacional da França, o 14 de Julho, junto ao Arco do Triunfo.
Fred Zinnemann, o cineasta de "From Here to Eternity", constrói com todo o seu saber uma obra que vista nos dias de hoje nos continua a cativar pela sua eficácia e suspense.
Rui Luís Lima
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