Alfred Hitchcock
“The Pleasure Garden”
(Grã-Bretanha – 1925) – (75 min. - P/B - Mudo)
Virginia Valli, Carmelita Geraghty, Miles Mander, Hugh Fielding.
Alfred Hitchcock não possuía grande amor pela primeira película que realizou, intitulada “The Pleasure Garden”, em 1925, rodado não em Inglaterra mas sim na Alemanha e com umas sequências em Itália e, para quem como Hitchcock que não apreciava nada ter de sair da sua ilha, percebe-se que lhe deve ter sido difícil, embora já contasse com a colaboração de Alma Reville (a futura Mrs. Hitchcock), por outro lado o produtor Michael Balcon ofereceu-lhe duas grandes estrelas da época: Virginia Valli e Carmelita Geraghty.
“The Pleasure Garden” possui, logo a abrir, uma genial sequência com as bailarinas a descer as escadas rumo ao palco desse belo cabaret intitulado “The Pleasure Garden” e aqui iremos assistir não só aos ávidos olhares masculinos para as belezas que se encontram em palco, como iremos descobrir a transgressão (e recordo que estamos em 1925), quando descobrimos que uma dessas belas jovens afinal é um homem!
Iremos assim conhecer Patsy Brand (Virginia Valli) e Jill Cheyne (Carmelita Garaghty), a primeira a trabalhar no Club e a segunda em busca de uma oportunidade no palco, embora nunca tenha actuado, conseguindo os seus intentos e travando de imediato amizade com Patsy que a irá acolher no quarto onde vive. E aqui iremos ter uma sequência de antologia enquanto as duas raparigas conversam à medida que se vão despindo, revelando desde já Alfred Hitchcock o seu célebre olhar, pronto a jogar com os códigos cinematográficos.
Embora não tenha a densidade dessa obra-prima que é “The Lodger”, possuidor de todos os elementos que irão constituir e definir o cinema de Alfred Hitchcock, esta sua chegada à cadeira de realizador bem merece ser (re)descoberta, já que a cópia que visionámos é de boa qualidade e o Mestre do Suspense merece que se conheça o seu período mudo.
Mais uma vez em “The Pleasure Garden” iremos acompanhar o destino e as opções de vida de duas mulheres, inicialmente amigas, que optam por caminhos bem diferentes, nesse território dos sentimentos onde o amor irá falar mais alto num caso e o dinheiro noutro, duas opções que continuam a ter os seus fiéis seguidores!
Rui Luís Lima
Assim nascia um cineasta chamado Alfred Hitchcock, que teve como colaboradora Alma Reville, a sua futura esposa, que irá ter um importante papel nos filmes do célebre cineasta.
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